sábado, 9 de janeiro de 2021

9 de Janeiro

Em 1892, a 9 de Janeiro,  Richard Strauss estreia em Nova Yorque a sinfonia Morte e Transfiguração op.24, interpretada pela NY Philharmonic. 

 A música descreve a morte dum artista. Conforme morre, pensamentos da sua vida passam por sua cabeça: a inocência da infância, as lutas da idade adulta, a conquista das metas terrenas e, no fim, a transfiguração (uma passagem belíssima na obra baseada num motivo que se repete cada vez mais intenso). 

 À beira da própria morte, Strauss observou que o poema sinfónico estava absolutamente correto ao descrever os sentimentos do artista que morre.

  A Sinfonia "Morte e Transfiguração" Op. 24 de Richard Strauss é uma obra emblemática no repertório do compositor, escrita em 1889, quando ele tinha apenas 25 anos. 

Este poema sinfônico é uma das suas primeiras obras que explora com profundidade os temas da vida, morte e transcendência, antecipando elementos que se tornariam centrais em sua música posterior.

 Estrutura e Narrativa: 
A peça é dividida em quatro seções, cada uma descrevendo uma fase específica de uma experiência humana, como se fosse uma narrativa musical:
 A Luta da Vida: Representa o esforço humano e os desafios enfrentados ao longo da existência. A música aqui é vigorosa, com uma orquestração que reflete conflitos interiores e físicos. 
 A Morte: A música torna-se mais introspectiva e sombria, com temas que evocam o sofrimento e a proximidade da morte. 
 A Visão de Transfiguração: A transição para uma percepção de algo mais elevado. Aqui, a música reflete um momento de redenção e serenidade. 
 A Transfiguração: O tema principal, apresentado de forma grandiosa, simboliza a ascensão da alma para uma existência superior, transcendendo o sofrimento terreno.

 Características Musicais: 
Leitmotivs: Strauss utiliza motivos recorrentes para simbolizar a luta, a morte e a transfiguração, criando um enredo coeso. 
Orquestração Rica: A peça mostra a maestria de Strauss na manipulação orquestral, com texturas densas, passagens delicadas e um uso poderoso de metais e cordas. Culminação Final: A transfiguração é expressa com uma culminância orquestral de rara beleza, onde os temas principais se resolvem de forma triunfante e etérea.

 Contexto e Repercussão: Strauss compôs esta obra num período em que o conceito do poema sinfônico estava em alta, especialmente inspirado por Liszt e Wagner. 

A "Morte e Transfiguração" reflete uma visão romântica da mortalidade, onde a morte não é o fim, mas um portal para a eternidade. 

 A peça tem sido interpretada como um vislumbre das reflexões filosóficas de Strauss sobre a vida e o além, e foi bem recebida, consolidando seu lugar como um dos grandes compositores de sua época. 

 Impressões Pessoais: A "Morte e Transfiguração" é profundamente comovente, especialmente na maneira como lida com o tema universal da mortalidade. 

Para quem ouve, é uma experiência intensa, que pode levar a reflexões sobre a própria finitude e a busca por significado na vida. A transfiguração final, cheia de luz e esperança, é de arrepiar, trazendo um senso de redenção e beleza transcendental.

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