quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Richard Strauss-Assim falava Zaratustra op.60

Assim Falava Zaratustra, Op. 60”, de Richard Strauss, é um dos poemas sinfónicos mais famosos do final do século XIX — e provavelmente um dos trechos orquestrais mais reconhecíveis do mundo por causa do uso que Stanley Kubrick fez da abertura em 2001: A Space Odyssey.

O que é a obra

  • Composta em 1896, é um poema sinfónico inspirado livremente no livro homónimo de Friedrich Nietzsche.

  • Strauss não tenta “explicar” o texto filosófico; antes, traduz em música algumas ideias centrais: evolução espiritual, conflito entre ciência e fé, busca pelo sentido, superação do humano.

A famosa abertura

  • Chamado "Einleitung: Sonnenaufgang" (Abertura – Nascer do Sol).

  • Cordas e órgãos em crescendo até ao colossal acorde de dó maior.

  • Sonoridade de “criação”, começo, iluminação — funciona como metáfora do despertar de algo maior no espírito humano.

Estrutura e ideias

A obra está dividida em 9 seções tocadas sem pausa. Algumas imagens principais:

  • Von den Hinterweltlern (Dos habitantes do mundo de trás) – sonoridade contemplativa, quase religiosa.

  • Von der großen Sehnsucht (Do grande anseio) – tensão e busca.

  • Von den Freuden und Leidenschaften (Das alegrias e paixões) – vida emocional intensa.

  • Das Tanzlied (A canção da dança) – celebração vital, quase dionisíaca.

  • Nachtwandlerlied (A canção do sonâmbulo) – termina de forma ambígua, sem resolução total.

Por que é especial

  • A peça dramatiza, em música, a tensão entre o impulso humano para o sentido e a impossibilidade de o alcançar plenamente.

  • A última nota, por exemplo, opõe dó maior e si maior — uma espécie de “harmonia incompleta” que simboliza a eterna busca.

 

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