Curiosamente, Tchaikovsky não esteve presente na estreia — e o concerto passou por várias versões: a original, longa e complexa, e uma revisão feita por Alexander Siloti, aluno e primo do compositor, que encurtou sobretudo o segundo movimento. Hoje, há pianistas que preferem a versão original, precisamente por sua monumentalidade e riqueza de ideias.
Estrutura
O concerto segue o formato tradicional em três movimentos, mas com características muito próprias:
-
Allegro brillante e molto vivace
– Começa com um vigoroso tema orquestral, seguido de uma entrada do piano que é quase heroica.
– O diálogo entre piano e orquestra é mais equilibrado do que no Concerto n.º 1; há mais transparência e fluidez.
– É virtuosístico, mas menos teatral: Tchaikovsky foca-se em clareza e em desenvolvimento temático. -
Andante non troppo
– Um dos momentos mais originais do concerto: em vez de um simples solo de piano, há um trio de câmara dentro da orquestra — piano, violino e violoncelo dialogam de modo íntimo, quase como num movimento de trio clássico.
– A melodia é profundamente lírica, com aquele perfume melancólico tão típico do compositor. -
Allegro con fuoco
– Um final enérgico e dançante, cheio de ritmos vivos, que retoma o brilho do primeiro movimento, fechando com exuberância e virtuosismo.
Características marcantes
-
É um concerto de ideias largas, mais sinfónico do que o primeiro.
-
Exige do pianista resistência, clareza e elegância, mais do que pura exibição técnica.
-
O segundo movimento é muitas vezes visto como uma das páginas mais belas e singulares de Tchaikovsky..
Sem comentários:
Enviar um comentário