quinta-feira, 30 de novembro de 2023
Tchaikovsky-Variacões sobre um Tema Rococo para Cello e Orquestra em lá maior op.33
quarta-feira, 29 de novembro de 2023
Dvorak-Piano Quarteto nº 2 em mi menor op.87
terça-feira, 28 de novembro de 2023
Grieg-Peer Gynt Suites
segunda-feira, 27 de novembro de 2023
Rimsky-Korsakov-Scheherazade
domingo, 26 de novembro de 2023
P.I.Tchaikovsky - Suite No. 4, Op.61 ''Mozartiana''
sexta-feira, 24 de novembro de 2023
Saint-Saenz-Barcarola em Fá maior op108
quinta-feira, 23 de novembro de 2023
Sergei Lyapunov-Sinfonia n 01 em si menor op.12
Brahms-Quatro baladas op.10
segunda-feira, 20 de novembro de 2023
Isaac Albeniz-Concierto Fantastico Op. 78
domingo, 19 de novembro de 2023
Richard Strauss-Sonata para Violino em Mi bemol maior Op. 18
sábado, 18 de novembro de 2023
Bernard Zweers-Sinfonia nº3
Brahms-Piano Quarteto nº3 em dó menor op.60
sexta-feira, 17 de novembro de 2023
Tchaikovsky-Sinfonia nº 5 em mi menor op.64
Estrutura e carácter dos andamentos
1. Andante – Allegro con anima
-
Começa com o tema do destino apresentado pelos clarinetes.
-
Atmosfera sombria, com transformações bruscas entre tensão e lirismo.
-
É quase uma caminhada inevitável rumo a algo maior — uma espécie de dúvida existencial.
2. Andante cantabile, con alcuna licenza
-
Um dos movimentos lentos mais belos de Tchaikovsky.
-
O solo de trompa é célebre, apaixonado, como uma declaração intensa.
-
O destino reaparece de forma ameaçadora, rompendo o momento de ternura.
3. Valse (Allegro moderato)
-
Um contraste elegante: um valsa gracioso, típico do refinamento russo-francês da época.
-
Mas mesmo aqui, a sombra do destino volta subtilmente.
4. Finale (Andante maestoso – Allegro vivace)
-
O tema do destino retorna transformado em triunfal.
-
Debate-se se o final é genuinamente victorioso ou uma ilusão grandiosa — muitos intérpretes dividem-se.
-
Tchaikovsky cria um final esmagador, cheio de energia e brilho.
quarta-feira, 15 de novembro de 2023
Tchaikovsky-Abertura Manfred em si menor op.5
Sibelius-quarteto de cordas em ré menor op 56 vozes intimas
domingo, 12 de novembro de 2023
Tchaikovsky-Piano Concerto No. 2 em sol maior Op. 44
Curiosamente, Tchaikovsky não esteve presente na estreia — e o concerto passou por várias versões: a original, longa e complexa, e uma revisão feita por Alexander Siloti, aluno e primo do compositor, que encurtou sobretudo o segundo movimento. Hoje, há pianistas que preferem a versão original, precisamente por sua monumentalidade e riqueza de ideias.
Estrutura
O concerto segue o formato tradicional em três movimentos, mas com características muito próprias:
-
Allegro brillante e molto vivace
– Começa com um vigoroso tema orquestral, seguido de uma entrada do piano que é quase heroica.
– O diálogo entre piano e orquestra é mais equilibrado do que no Concerto n.º 1; há mais transparência e fluidez.
– É virtuosístico, mas menos teatral: Tchaikovsky foca-se em clareza e em desenvolvimento temático. -
Andante non troppo
– Um dos momentos mais originais do concerto: em vez de um simples solo de piano, há um trio de câmara dentro da orquestra — piano, violino e violoncelo dialogam de modo íntimo, quase como num movimento de trio clássico.
– A melodia é profundamente lírica, com aquele perfume melancólico tão típico do compositor. -
Allegro con fuoco
– Um final enérgico e dançante, cheio de ritmos vivos, que retoma o brilho do primeiro movimento, fechando com exuberância e virtuosismo.
Características marcantes
-
É um concerto de ideias largas, mais sinfónico do que o primeiro.
-
Exige do pianista resistência, clareza e elegância, mais do que pura exibição técnica.
-
O segundo movimento é muitas vezes visto como uma das páginas mais belas e singulares de Tchaikovsky..
sábado, 11 de novembro de 2023
Robert Fuchs-Sinfonia nº 1 em dó maior´op 3
sexta-feira, 10 de novembro de 2023
Edward Elgar-Violino concerto em si menor op. 61
Richard Strauss-Sinfonia nº 2 em Fá menor op 12
quinta-feira, 9 de novembro de 2023
Benjamin Godard-Piano trio nº 2 em Fá maior op. 72
quarta-feira, 8 de novembro de 2023
Dvorak-Abertura Hussita Op. 67
terça-feira, 7 de novembro de 2023
Dvorak-Piano Trio nº3 em fá menor op.65-III-Poco adagio
Dvorak-Piano Trio nº3 em fá menor op.65
segunda-feira, 6 de novembro de 2023
Brahms-Sinfonia nº3 em fá maior op.90
sábado, 4 de novembro de 2023
Mozart-Sinfonia nº36 em dó maior"Linz" K425
A sinfonia segue o modelo clássico em quatro movimentos:
-
Adagio – Allegro spiritoso
Começa com uma introdução lenta, majestosa, quase operática, que se abre num Allegro vibrante, cheio de energia e clareza. É o Mozart da maturidade — contraponto refinado, modulações ousadas, mas sempre natural. -
Andante (em Fá maior)
Lírico e nobre, o segundo movimento traz um ar sereno, de serenata íntima. As cordas dialogam suavemente com os sopros, e há uma doçura quase pastoral. -
Menuetto – Trio
Aqui, Mozart mistura elegância e força rítmica. O Trio central é mais gracioso, com uma atmosfera campestre — uma dança de salão com alma vienense. -
Finale: Presto
Um turbilhão de vitalidade. É Mozart em plena alegria compositiva — leve, transparente e irresistivelmente contagiante.
Impressão geral
A “Linz” está entre as sinfonias de transição para o estilo maduro de Mozart, já a caminho das obras-primas como a Sinfonia n.º 38 (“Praga”) e as três últimas (39, 40 e 41).
Ela combina a clareza formal do classicismo vienense com a expressividade teatral que Mozart dominava como ninguém.
Em resumo:
sexta-feira, 3 de novembro de 2023
Shostakovitch-Sinfonia nº09 em mi bemol maior op70
Contexto histórico
Shostakovich compôs esta sinfonia no fim da Segunda Guerra Mundial, quando a União Soviética celebrava a vitória sobre a Alemanha nazi. Todos — especialmente o regime de Stalin — esperavam uma grande sinfonia triunfal, monumental, como a Nona de Beethoven: uma obra que glorificasse o herói soviético e o poder do Estado.
Em vez disso, Shostakovich entrega... uma sinfonia breve, leve, sarcástica e quase “mozartiana” no tamanho e na instrumentação. Dura cerca de 25 minutos, sem coros, sem grandiloquência, sem heroísmo explícito.
Caráter e estrutura
A obra tem cinco andamentos:
-
Allegro — Vivo, brincalhão, com humor de música de salão, mas com aquele toque de ironia nervosa típico de Shostakovich.
-
Moderato — Um momento lírico e introspectivo, quase melancólico, com o clarinete a tecer frases delicadas sobre uma base contida.
-
Presto — Um scherzo saltitante e irónico, cheio de síncopes e de repetições caricatas.
-
Largo — Curto, sombrio, dominado pelo trombone solista; lembra uma marcha fúnebre deformada.
-
Allegretto — O final é uma paródia jubilosa, mas artificialmente feliz — como se zombasse da própria ideia de triunfo.
Estilo e ironia
É uma sinfonia de disfarces: a leveza aparente mascara uma crítica mordaz. O humor, os contrastes abruptos e o tom caricatural podem ser lidos como zombaria das expectativas do regime — uma recusa em participar do espetáculo triunfalista.
Por isso, Stalin e os críticos soviéticos detestaram a obra. Foi acusada de “falta de seriedade” e banida dos programas por algum tempo.
Em termos musicais
É uma sinfonia de clareza clássica, mas com o toque ácido de Shostakovich:
-
Orquestração transparente e precisa.
-
Uso brilhante de madeiras solistas (clarinete e fagote têm papéis destacados).
-
Humor rítmico e dissonâncias súbitas.
-
Um final que soa mais a circo do que a celebração.
Em resumo
A Sinfonia nº 9 é uma obra de ironia refinada e coragem disfarçada — uma risada contida diante da opressão. Pequena em tamanho, mas enorme em significado.quinta-feira, 2 de novembro de 2023
Brahms-Piano concerto nº2 em si bemol maior op.83
o Concerto para Piano nº 2 em Si bemol maior, Op. 83, de Johannes Brahms, é uma das obras-primas absolutas do repertório pianístico — monumental, profundamente lírica e orquestralmente rica.
Contexto e composição
-
Composto: entre 1878 e 1881, cerca de 20 anos após o Primeiro Concerto (Op. 15).
-
Estreia: 9 de novembro de 1881 em Budapeste, com o próprio Brahms ao piano e Hans von Bülow na regência.
-
Dedicatória: ao amigo e mentor Eduard Marxsen, o professor de composição de Brahms.
O Segundo Concerto é muito diferente do primeiro: menos dramático e turbulento, mais expansivo, maduro e equilibrado. Brahms já era um compositor consagrado, e aqui mostra um domínio absoluto da forma e da orquestra.
Estrutura e caráter dos movimentos
-
Allegro non troppo
-
Começa com um motivo para trompa solo, quase pastoral, seguido por uma resposta delicada do piano.
-
É uma forma sonata de grandes proporções, mas cheia de diálogo e integração entre piano e orquestra (não há oposição “virtuose x orquestra”, e sim parceria).
-
O piano assume tanto papel solista quanto camerístico, com passagens líricas e outras de força titânica.
-
-
Allegro appassionato
-
Um scherzo intenso e dramático, em ré menor — quase uma fuga de tempestade dentro do concerto.
-
Contrasta a serenidade do primeiro movimento com energia e paixão arrebatadoras.
-
A seção central (trio) é mais lírica, mas o final retorna à tensão inicial.
-
-
Andante
-
Um dos momentos mais belos da música romântica.
-
Célula melódica iniciada por um violoncelo solo, que estabelece um diálogo terno com o piano.
-
É quase uma peça de câmara dentro do concerto, com grande intimidade e profundidade emocional.
-
Brahms mostra aqui sua afinidade com a música de câmara, especialmente pelos trios com piano que compôs.
-
-
Allegretto grazioso
-
Um final leve e dançante, em forma de rondó.
-
Depois de tanta densidade e introspecção, o concerto termina com elegância e bom humor — quase um alívio lúdico.
-
Mostra o lado mais descontraído e espirituoso de Brahms.
-
Estilo e importância
-
Tecnicamente, é um dos concertos mais exigentes do repertório pianístico — não pela velocidade, mas pela densidade, resistência e controle expressivo.
-
É também um marco na fusão entre forma sinfônica e virtuosismo pianístico.
-
Muitos o chamam de “sinfonia com piano obbligato” pela escala e profundidade orquestral.