sábado, 21 de outubro de 2023

Sibelius-Sinfonia nº5 em mi bemol maior op.82

Em 1921 a 21 de Outubro estreia em Helsinquia a última versão da fabulosa Sinfonia nº5 em mi bemol maior op.82, de Sibelius 

 Antes da versão definitiva, a Sinfonia nº 5 passou por duas grandes modificações. A original (que tinha quatro movimentos) foi estreada em Helsinque em 8 de dezembro de 1915 – dia do 50º aniversário do músico. 

Mas a partitura que prevaleceu como definitiva foi a da terceira revisão, publicada em 1919, com apenas três movimentos. 
Tornou-se uma das mais apreciadas obras de Sibelius.
Alguns pontos que a tornam especial:
  1. Arquitetura orgânica:
    Em vez de uma sucessão de movimentos contrastantes no molde clássico, Sibelius cria um fluxo contínuo de ideias musicais que parecem nascer umas das outras. É como se a sinfonia “crescesse” organicamente, como uma árvore — uma metáfora que o próprio compositor usava.

  2. Primeiro movimento (Tempo molto moderato – Allegro moderato):
    Começa com trompas evocando o espaço amplo e o despertar da natureza — uma paisagem sonora vasta, quase cósmica. Aos poucos, o tema se transforma num movimento de voo, como gansos migratórios no céu (uma imagem que inspirou Sibelius).

  3. Segundo movimento (Andante mosso, quasi allegretto):
    Lírico, mas com uma serenidade que parece suspensa — uma dança contida, quase camponesa, que dá um respiro pastoral antes da grande ascensão final.

  4. Terceiro movimento (Allegro molto – Misterioso – Finale):
    É um dos finais mais impressionantes de toda a música sinfônica: o tema triunfal dos metais — às vezes chamado de “tema do cisne” — eleva-se em majestosidade, culminando num desfecho abrupto e genial com seis acordes isolados, como golpes do destino. Esses acordes, espaçados e cheios de ar, criam uma sensação de monumentalidade e silêncio que é puramente sibeliana.

Emocionalmente:

A Quinta Sinfonia oscila entre contemplação e êxtase, entre a solidão nórdica e uma alegria cósmica quase mística. É música da natureza, mas também da alma — uma reconciliação entre o homem e o infinito.    

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