terça-feira, 17 de outubro de 2023

Mendelssohn-Piano Concerto No. 1 em sol Op. 25

Em 1831 a 17 de Outubro Feliz Mendelssohn estreia em Munique o seu Piano Concerto No. 1 em sol Op. 25, com o compositor como solista.é uma das obras mais vibrantes e brilhantes do início do romantismo, escrita quando o compositor tinha apenas 21 anos

Foi concluído em 1831 durante uma viagem pela Itália e estreado no mesmo ano em Munique, com Mendelssohn ao piano.

Estrutura geral

O concerto segue a estrutura clássica em três andamentos, mas Mendelssohn introduz elementos inovadores, sobretudo na forma de transição entre as secções:

  1. Molto allegro con fuoco (Sol menor)

    • O concerto começa de forma abrupta e apaixonada, sem a longa introdução orquestral típica dos concertos clássicos (como nos de Mozart ou Beethoven).

    • A orquestra apresenta rapidamente o tema principal e o piano entra quase de imediato com energia fulgurante.

    • O diálogo entre solista e orquestra é muito vivo — Mendelssohn evita os momentos de “brilho vazio” e privilegia a integração musical.

    • O desenvolvimento e a reexposição alternam virtuosismo pianístico com passagens líricas.

    • A cadência tradicional é substituída por escrita orquestral contínua; Mendelssohn preferiu manter o impulso dramático sem “parar” para uma cadência solista longa.

  2. Andante (Mi maior)

    • Uma secção lírica, quase como uma canção sem palavras, característica do estilo íntimo e elegante de Mendelssohn.

    • O piano canta uma melodia serena, acompanhada pela orquestra de maneira delicada.

    • O contraste com o primeiro andamento é forte: aqui reina a calma e a ternura, preparando o terreno para o final jubiloso.

  3. Presto – Molto allegro e vivace (Sol maior)

    • Ligado sem pausa ao Andante (transição direta), começa com uma breve introdução misteriosa e logo explode num movimento rápido e festivo.

    • O piano apresenta passagens de grande virtuosismo técnico, mas sempre inseridas num contexto musical claro e alegre.

    • O tom menor do início transforma-se em Sol maior triunfante, dando à obra um caráter ascendente, quase narrativo — da paixão inicial à luz final.

Inovações e estilo

  • Mendelssohn rompe com a tradição clássica ao eliminar as longas introduções orquestrais.

  • Prefere transições contínuas entre os andamentos, criando uma experiência mais fluida e teatral.

  • O concerto combina virtuosismo pianístico (com passagens rápidas, arpejos e escalas brilhantes) com um sentido melódico lírico e clareza formal típica do compositor.

  • A orquestração é leve e transparente, nunca abafando o piano, mas dialogando com ele.

Receção e legado

  • A estreia foi um sucesso imediato. O público e a crítica ficaram impressionados com a frescura da obra.

  • Franz Liszt, por exemplo, tocou o concerto muitas vezes, ajudando a popularizá-lo.

  • Durante o século XIX, foi uma peça frequente nos programas de concerto.

  • Hoje, embora o Concerto n.º 2 de Mendelssohn seja menos tocado, o n.º 1 continua a ser uma das obras favoritas do repertório romântico para piano — apreciada pela combinação de brilho juvenil e elegância clássica.

      

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