No ano de 1894 a 8 de Abril, estreia em Graz a Sinfonia Nº. 5 em si bemol maior de Anton Bruckner . É uma verdadeira catedral sonora, talvez uma das obras mais complexas e arquitetonicamente grandiosas do repertório bruckneriano.
✨ O que torna essa sinfonia especial?
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Monumentalidade: É uma das mais longas e densas sinfonias de Bruckner. Ele mesmo nunca a ouviu orquestrada em vida. O apelido de "sinfonia da fé" vem da sua construção quase litúrgica.
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Contraponto magistral: Bruckner mergulha fundo no uso do contraponto aqui — especialmente no último movimento, onde realiza uma fuga impressionante, em um clímax que parece erguer uma catedral sonora tijolo por tijolo.
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Equilíbrio entre razão e emoção: A sinfonia é cerebral e apaixonada ao mesmo tempo. Tem a solenidade de um hino e a densidade de um tratado filosófico.
🧱 Estrutura (em 4 movimentos):
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Introduktion (Adagio) – Allegro
Um início misterioso e solene, com tensão crescente e temas que se anunciam como vozes ao longe. Depois, o Allegro toma forma numa espécie de marcha austera e grandiosa. -
Adagio: Sehr langsam
Uma meditação lírica e espiritual, como uma oração em forma musical. Um dos mais belos movimentos lentos de Bruckner. -
Scherzo: Molto vivace – Trio
Dançante, quase rude, como um ländler alpino distorcido por um sonho litúrgico. O trio é mais calmo e pastoral. -
Finale: Adagio – Allegro moderato
Aqui Bruckner mostra todo seu domínio do contraponto. Temas do primeiro movimento reaparecem. Tudo culmina num coro de metais glorioso, como se o céu se abrisse.
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