terça-feira, 24 de novembro de 2020

Brahms-Cello Sonata nº2 op 99

EM 1886a 24 de Novembro,  Brahms estreia o seu  Cello Sonata No. 2 em fá maior Op. 99 em Viena Mais de vinte anos depois de completar sua Sonata nº 1 .

 Foi escrito dedicado e executado pela primeira vez por Robert Hausmann , que popularizou a Primeira Sonata, e que no ano seguinte receberia a honra de estrear o Concerto Duplo em Lá Menor com Joseph Joachim .

é uma das obras mais intensas, vigorosas e dramaticamente contrastantes do repertório para violoncelo. Composta em 1886, durante o chamado “verão mágico de Thun”, é uma peça onde Brahms alcança plena maturidade expressiva.

Aqui vai um panorama do que a torna tão especial:

1. Caráter geral da obra

Ao contrário da Sonata nº1 (mais íntima, densa e meditativa), a Sonata Op. 99 é brilhante, poderosa e de grande virtuosismo — para ambos os instrumentos.
Tem um diálogo altamente dramático entre violoncelo e piano, com o piano assumindo um papel quase sinfónico.

2. Estrutura dos quatro movimentos

I. Allegro vivace

  • Começa com uma energia quase impetuosa.

  • O violoncelo entra com frases amplas e apaixonadas, enquanto o piano oferece blocos sonoros robustos.

  • É um combate elegante: tensão, expansão lírica e arrebatamento.

II. Adagio affettuoso

  • Um dos movimentos mais belos que Brahms escreveu.

  • Melodias longas, tocadas quase “como canto”, com uma atmosfera contemplativa.

  • O calor lírico é profundo, mas nunca excessivamente sentimental — típico de Brahms.

III. Allegro passionato

  • Carregado de turbulência e urgência.

  • Ritmos obsessivos, harmonias densas e um espírito atormentado, quase trágico.

  • Um estudo perfeito do “Brahms tempestuoso”.

IV. Allegro molto

  • Mais leve, mas não menos complexo.

  • Traz um frescor rítmico e uma espécie de resolução vigorosa.

  • Um final brilhante e cheio de vida.

3. Por que é tão admirada?

  • É uma obra de igualdade verdadeira entre violoncelo e piano.

  • Exige técnica refinada, mas — mais que isso — um entendimento profundo da dialética emocional de Brahms: calor x contenção, força x ternura, nobreza x vulnerabilidade.

 

Sem comentários: