A Sinfonia n.º 8 em si menor, D. 759, de Franz Schubert, é uma das obras mais fascinantes do repertório sinfônico, não só pela sua beleza intensa, mas também pelo mistério que a envolve. Ela é conhecida como a "Sinfonia Inacabada", e isso já abre espaço para muita reflexão.
O que a torna tão especial?
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Somente dois movimentos –
A sinfonia só tem dois movimentos completos:-
I. Allegro moderato
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II. Andante con moto
Diferente da estrutura usual de quatro movimentos nas sinfonias clássicas, Schubert deixou este trabalho "inacabado". Não há um Scherzo nem um Finale. Foi estreada no ano de 1867 a 6 de Abril, 39 anos depois da sua morte
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Expressividade marcante –
Desde os primeiros compassos do primeiro movimento, com aqueles tremores misteriosos nas cordas e a entrada melancólica dos sopros, Schubert nos mergulha num mundo sombrio, quase confessional. O clima é profundamente romântico, cheio de contrastes emocionais, com momentos de doçura lírica e outros de drama intenso. -
Por que não terminou? –
Ninguém sabe ao certo. Schubert escreveu os dois movimentos em 1822, mas nunca os completou. Há esboços de um terceiro movimento (Scherzo), mas ele nunca orquestrou. Alguns estudiosos dizem que talvez ele sentisse que a obra estava completa em sua forma atual, ou que outras preocupações (doença, falta de encomenda, autocrítica) o impediram de concluir. -
Beleza melódica –
Como é característico de Schubert, a sinfonia é cheia de melodias memoráveis, quase cantáveis. Ele tinha uma alma de liedermacher (compositor de canções) e isso transparece mesmo na música orquestral.
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