Seria a última aparição pública de Bartók na Alemanha. É que aproximavam-se os dias de Adolf Hitler e Bartók, forte opositor dos novos ideais, adivinhava a inevitabilidade da procura de novos ares.
Béla Bartók iria mudar-se mais tarde para os Estados Unidos.
O Piano Concerto nº 2, op. 83, de Béla Bartók, é uma obra impressionante, complexa e cheia de energia, refletindo a transição do compositor para um estilo mais moderno e abstrato.
Escrito entre 1930 e 1931, o concerto mistura influências de música folclórica húngara com inovações harmónicas e estruturais que são características do período entre guerras.
A peça é desafiadora tanto para o pianista quanto para a orquestra, com uma escrita pianística virtuosística e uma orquestração muito detalhada.
O concerto é dividido em três movimentos:
Allegro – O primeiro movimento é vigoroso e cheio de contrastes dinâmicos. Há uma intensa interação entre o piano e a orquestra, com muitas passagens virtuosísticas no piano. A música transita entre momentos de grande tensão e outros de mais introspecção.
Adagio – O segundo movimento é mais lírico e melancólico. A escrita pianística aqui é mais meditativa, com uma suavidade que contrasta com o primeiro movimento. A orquestra também oferece momentos de grande expressividade.
Allegro molto – O último movimento retorna à energia e à complexidade do primeiro, com ritmos rápidos e uma grande quantidade de energia. Bartók mistura as influências folclóricas com dissonâncias modernas e uma textura orquestral muito rica.
Esse concerto é uma das obras mais emblemáticas de Bartók para piano e orquestra, mostrando seu domínio da técnica composicional, seu gosto por ritmos complexos e a fusão de elementos populares com uma linguagem sofisticada e moderna.
Como o piano é um dos protagonistas na obra, ele exige de quem o interpreta uma técnica apurada e grande expressividade.
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