sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Shostakovitch-Violino Concerto nº2 em dó sustenido menor op. 129

O Concerto para Violino nº 2 em dó sustenido menor, op. 129, de Dmitri Shostakovitch, é uma das últimas grandes obras concertantes dele, escrito em 1967 para o violinista David Oistrakh (a quem também dedicara o Concerto nº 1). É uma peça de maturidade, muito mais contida e sombria que o nº 1, e considerada difícil, tanto técnica como musicalmente.

Foi a 26 de Setembro em 1967 que Shostakovich estreou este   Violino Concerto nº2  sendo solista ( não posia deixar de ser) David Oistrakh e  Kiril Kondrashin o condutor A frente da Moscow Philharmonic.


Alguns pontos marcantes:

  • Caráter geral:
    Diferente da energia explosiva e quase sarcástica do Concerto nº 1, este tem um tom mais introspectivo, austero e sombrio. É um concerto de economia de gestos, mas com uma densidade expressiva impressionante.

  • Estrutura:

    • I. Moderato – Um primeiro movimento quase meditativo, cheio de longas linhas melódicas, contrastes súbitos e uma orquestração contida (mais camerística que sinfônica). O violino se move entre lirismo e dureza.

    • II. Adagio – O coração do concerto. Uma melodia lenta, melancólica, quase fúnebre, que vai sendo intensificada em clímax de grande força. É um dos movimentos mais líricos que Shostakovitch escreveu para violino.

    • III. Adagio – Allegro – O finale tem o formato de rondó com elementos de dança grotesca, cheio de ironia, ritmos cortantes e toques de humor negro típicos do compositor. Termina de maneira seca, quase abrupta, sem grandiosidade.

  • Orquestração:
    A orquestra é relativamente pequena, mas usada com imenso cuidado. A percussão tem papel destacado (tímpanos, tam-tam), criando efeitos dramáticos e contrastes.

  • Contexto:
    Shostakovitch o escreveu em seu aniversário de 60 anos, já doente e refletindo sobre sua vida. A peça tem um ar de despedida, com menos brilho externo e mais densidade interior. Oistrakh, que o estreou em Moscovo, considerava-o uma obra-prima.

  • Caráter interpretativo:
    É uma obra de grande profundidade psicológica. O violinista precisa equilibrar o virtuosismo técnico com uma expressividade contida, quase como se fosse um monólogo íntimo diante de um silêncio pesado.

Shostakovich resolveu escrever algo bem complicado e difícil para que Oistrakh passasse o maior trabalho. E fez este Concerto Nº 2. É complicado até de ouvir, não obstante a curiosidade dos “intensos diálogos” e repetições que o violino faz com insrumentos da orquestra.

 

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