sexta-feira, 16 de abril de 2010

Dvorak-String quartet nº.14 em Lá bemol maior op.105

  • Em 1896 Dvorák comemora em Praga o seu 1º aniversário do regresso da América com um grupo de 4 alunos que tocam o seu String quartet N º 14 em Lá bemol maior, op. 105.


Dvořák terminou o Quarteto no 14 em 1895 , quando voltou para a Boémia , após a sua visita à América . A gestação do Quarteto tinha realmente começado nos Estados Unidos e durou seis meses. Este quarteto marcou um ponto importante no desenvolvimento de Dvořák, porque ele iria se dedicar quase exclusivamente à escrita de poemas sinfónicos e óperas.

A Dvořák – String Quartet No. 14 em Lá bemol maior, Op. 105, é uma das obras de câmara mais refinadas e maduras do compositor tcheco Antonín Dvořák, composta em 1895. É também o último quarteto de cordas que ele escreveu, o que já dá uma ideia do quanto ele estava no auge do domínio do gênero.

Contexto e Clima

Esse quarteto foi iniciado nos Estados Unidos (onde Dvořák esteve como diretor do Conservatório Nacional de Música em Nova York), mas terminado já em Praga. A peça tem, portanto, um pé em dois mundos — é como um adeus às experiências americanas e um reencontro profundo com as raízes boêmias. A tonalidade de Lá bemol maior, incomum para quarteto, já sugere um certo calor e expansividade harmônica.

É dividido em 4 movimentos:

  1. Allegro appassionato – Começa com um tema sombrio e enérgico, que aos poucos vai se iluminando. É apaixonado, sim, mas também um pouco contido, como se estivesse lembrando de algo distante.

  2. Molto vivace – Um scherzo dançante, cheio de síncopes e surpresas rítmicas. Aqui se nota aquele Dvořák leve, brincalhão, meio camponês, meio cigano.

  3. Lento e molto cantabile – Este movimento é o coração da obra. Um canto introspectivo, de melancolia doce, como quem contempla o tempo que passou e as coisas que ficaram para trás. Pode lembrar um adágio de Brahms ou mesmo um lamento folclórico boêmio.

  4. Allegro non tanto – O final traz de volta a energia, mas com elegância e serenidade. É como se ele fechasse a obra com um sorriso tranquilo — não um final heroico, mas um aceno maduro de quem sabe que cumpriu seu caminho.

  • Maturidade técnica e emocional: Dvořák já havia escrito sinfonias, óperas e outros quartetos. Aqui, ele une a simplicidade das melodias populares com uma escrita harmônica e contrapontística muito sofisticada.

  • Mistura de mundos: Há ecos do Novo Mundo, sim, mas também uma afirmação da sua boemia interior, que retorna com força no lirismo e no modo como ele trata as cordas.

  • Pouco ouvido, muito precioso: Não é tão popular quanto os quartetos "americanos" ou o famoso Op. 96, mas para quem ouve com atenção, este é talvez o mais sincero e completo dos seus quartetos.



Aqui a interpretação é da The Shanghai String Quartet

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