quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Dmitri Shostakovitch

Dimitri Shostakovitch nasceu em a São Petersburgo, 25 de setembro de 1906 e morreu em Moscovo em 1975, foi um compositor de música clássica russo, nascido na União Soviética

Embora tenha frequentemente trabalhado para o próprio governo soviético e seus líderes, como Josef Stalin, que lhr atribuíram por muitas vezes a função de escrever obras celebratórias, conseguiu criticar como poucos, utilizando-se apenas de sua música, a opressão stalinista e a atmosfera de terror que reinava na União Soviética.

Exactamente por isso sofreu diversas tentativas de censura, e continuou lutando pela independência da criação artística até o fim de sua vida.

Aos nove anos começou o aprendizado de piano com sua mãe, intérprete profissional deste instrumento.

Em 1919 ingressou no Conservatório de São Petersburgo (então Petrogrado), onde estuda piano com Leonid Nikolayev e composição com Maximilian Steinberg.

Os estudos de piano prolongaram-se até 1923 e os de composição até 1925. Em 1926, sua sinfonia nº1, peça de formatura da classe de composição, é bem recebida. Recebeu menção honorífica em piano no prestigioso Concurso Chopin de Varsóvia na edição de 1927.

Recebeu várias distinções
  • em 1954, de Artista do Povo da URSS e de Membro Honorário da Real Academia Sueca de Composição;
  • em 1956, a Medalha da Ordem de Lenin, além do Prêmio Lenin de Composição
  • em 1958 e 1966, e no mesmo ano de 1958 o título de Doutor honoris causa pela Universidade de Oxford e pela Universidade de Dublin, em 1968.
  • Em 1966 a medalha de ouro da Real Sociedade Filarmónica de Londres.
  • Em 1948 viajou para os Estados Unidos como delegado soviético na Conferência Mundial da Paz e pôde observar o sucesso que suas obras tinham no exterior, principalmente sua sinfonia nº 5.

Sua música costuma ser bastante envolvente, com forte uso de temas militares, comuns à época em que viveu (comunismo, Segunda Guerra Mundial, entre outros). Além disso,ao compor quinze sinfonias, foi um dos maiores sinfonistas do século XX.

Também escreveu uma suite para orquestra de jazz, dois concertos para piano e orquestra, concertos para violino e violoncelo e diversos quartetos de cordas, além de duas óperas e obras para piano solo.

Em finais da década de 1920 o clima cultural da União Soviética caracterizava-se por uma relativa liberdade. No campo musical, isso significava a possibilidade de conhecer as obras de músicos que, como Stravinsky ou Schönberg, estavam a realizar experiências muito importantes na linguagem musical.

Por exemplo, Bartók e Hindemith conseguiram visitar a URSS e apresentar suas próprias obras. Shostakovitch absorveu estas várias influências e integrou-as nas suas várias composições.

Como resultado desta investigação na linguagem musical, compôs em 1928 a ópera "O Nariz", que motivou uma forte crítica por parte da Associação Proletária de Compositores Russos na qual esta obra era qualificada de burguesa.

Desta forma, os anos seguintes foram marcados pelo instável equilíbrio que Shostakovitch manteve entre as exigências da sua própria inspiração e as das autoridades culturais de seu país. Incapaz de obedecer completamente às prescrições do regime, o músico procurou integrar as sucessivas críticas provocadas por suas composições.

Em 1932 o jornal Pravda opinou sobre uma nova ópera, intitulada "Lady Macbeth do Distrito de Mzensk", as duas óperas criadas até aquela data, somadas à sua Sinfonia n. 4, foram censuradas e proibidas de serem apresentadas publicamente até 1937.

Durante a Segunda Guerra Mundial houve um abrandamento da censura e o compositor pode sentir uma brisa cultural na União Soviética. Após o fim da guerra as críticas foram retomadas e o compositor sofreu nova censura por sua Sinfonia n. 8 "Stalingrado". As críticas levaram o compositor a restringir suas aparições públicas até a morte do ditador Josef Stalin em 1953.

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