Michael Haydn completou a Missa in honorem Sanctae Ursulae, Klafsky 1:18, MH 546, em 5 de agosto de 1793, provavelmente para ser usada na cerimônia em que Ursula Oswald, filha de um amigo, professou seus votos religiosos na abadia beneditina de Frauenwörth Chiemsee.
A Missa in honorem Sanctae Ursulae (Hob. XXII:11) de Joseph Haydn é uma obra sacra de grande beleza e importância, mas relativamente menos conhecida do que outras missas suas, como a Missa Nelson ou a Harmoniemesse. Eis alguns pontos importantes sobre esta missa:
Contexto histórico e composição
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Composta em 1766, é uma das primeiras missas de Haydn após ele ter assumido oficialmente o cargo de Kapellmeister na corte dos Esterházy, sucedendo Gregor Werner.
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Dedicada a Santa Úrsula, mártir e santa cristã, provavelmente em celebração do dia de seu nome (21 de outubro).
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Ainda está dentro da fase mais galante de Haydn, anterior ao seu pleno classicismo maduro.
Características musicais
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Escrita em mi bemol maior, tonalidade frequente nas obras sacras do período.
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Estrutura tradicional da missa latina: Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus, Benedictus e Agnus Dei.
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Uso de solistas (SATB), coro e orquestra, com destaque para a alternância entre os grupos e a escrita contrapontística clara.
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O estilo ainda é bastante influenciado pelo barroco tardio, com passagens fugadas e linhas vocais ornamentadas, mas já aponta para a leveza do estilo clássico.
Destaques musicais
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O "Kyrie" tem um lirismo suave, com chamadas de súplica bem equilibradas entre solistas e coro.
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O "Gloria" é mais expansivo e alegre, com seções rápidas que mostram o domínio de Haydn do contraponto animado.
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O "Credo" é sólido, com uma arquitetura clara e afirmação de fé muito bem delineada.
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O "Sanctus" e o "Benedictus" contrastam entre majestade e introspecção.
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O "Agnus Dei", como em muitas missas, encerra de forma serena, pedindo pela paz (dona nobis pacem) com intensidade crescente.
🕯️ Interpretação e espiritualidade
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Embora menos dramática do que as missas tardias, a Missa Sanctae Ursulae mostra a capacidade de Haydn de unir devoção, elegância e profundidade emocional.
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Pode ser vista como uma ponte entre o estilo barroco vienense tardio e o classicismo pleno, com um sabor ainda cerimonial, mas já com grande refinamento melódico.