A Sinfonia nº 24 em si bemol maior, K. 182/173dA, é uma sinfonia composta por Wolfgang Amadeus Mozart, concluída em Salzburgo em 3 de outubro de 1773.
, é uma obra breve e luminosa, composta em outubro de 1773, quando Mozart tinha apenas 17 anos. Faz parte de um conjunto de sinfonias (K. 181–184) escritas durante uma estadia em Salzburgo, logo após a segunda viagem a Itália. Essas sinfonias marcam um período de intensa criatividade sinfónica juvenil, em que Mozart experimenta formas, cores orquestrais e estilos europeus.
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Instrumentação:
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2 oboés
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2 trompas (em Si♭)
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Cordas (violinos I e II, violas, violoncelos e contrabaixos)
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Sem clarinetes nem tímpanos — típica da época.
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🎼 Estrutura
A sinfonia segue o modelo italiano em três movimentos, ágil e direto, sem minueto (que Mozart passaria a incluir com mais regularidade a partir de K. 200):
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Allegro spiritoso (Si♭ maior)
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Abertura radiante e enérgica, marcada por frases curtas e incisivas.
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Tema principal cheio de vivacidade e clareza, típico do estilo galante.
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Há contrastes dinâmicos bem definidos e um desenvolvimento conciso.
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Andante (Mi♭ maior)
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Movimento central lírico, com caráter quase operático.
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É conduzido pelas cordas, com uma textura transparente e delicada.
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A simplicidade melódica e harmónica destaca a maturidade precoce de Mozart.
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Allegro (Si♭ maior)
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Final rápido e jovial, com espírito dançante e frases curtas em estilo de rondó.
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A escrita orquestral é leve, lembrando a música teatral italiana.
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Termina de forma clara e otimista, sem grandiloquência.
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Contexto histórico e estilístico
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Mozart compôs esta sinfonia pouco depois de regressar da Itália, onde teve contacto com a música sinfónica leve e teatral de compositores como Giovanni Battista Sammartini e Johann Christian Bach.
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Essas influências são evidentes na estrutura tripartida e na clareza temática.
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A obra mostra como Mozart já dominava a forma sinfónica, mesmo antes das grandes sinfonias de maturidade (como as de Paris, Praga ou as últimas três).
Curiosidades de audição
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A ausência de clarinetes e tímpanos dá-lhe um timbre mais íntimo e sereno do que algumas sinfonias posteriores.
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O Allegro inicial destaca-se pela alternância entre passagens cheias da orquestra e diálogos mais delicados entre sopros e cordas.
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O Andante é um belo exemplo de lirismo mozartiano, quase como uma ária sem palavras.
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