sexta-feira, 28 de junho de 2024

Beethoven-Missa Solene em ré maior op 123

A Missa solemnis (Missa solene) em ré maior, Op. 123 é uma missa composta por Ludwig van Beethoven no período 1819-1823. Estreada em 7 de abril de 1824 em São Petersburgo, é geralmente considerada uma das obras supremas de Beethoven e uma das mais importantes missas do repertório ocidental. 

 A Missa Solemnis é a segunda missa de Beethoven e sua maior obra sacra. O compositor já entretinha a ideia de escrever uma nova missa em 1818, tentando aperfeiçoar seu domínio da prosódia latina e estudando composições de outros autores na biblioteca musical dos seus patronos o arquiduque Rodolfo e o príncipe Lobwokitz, mas a composição começou efetivamente em 1819, após saber que o arquiduque Rodolfo havia sido nomeado cardeal e seria instalado como arcebispo de Olmütz,

 Nem o autor nem o recipiente da dedicatória chegariam a ver uma apresentação completa

Características marcantes

  • Dimensão sinfônica: Diferente das missas convencionais da época, a Missa Solemnis tem proporções quase sinfônicas. Beethoven usa o coro, os solistas e a orquestra como forças dramáticas, quase teatrais, para explorar o conteúdo do texto litúrgico.

  • Expressividade extrema: Eleva o texto tradicional da missa (Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus, Agnus Dei) a picos emocionais nunca antes ouvidos. É uma obra de intensidade quase transcendental — ora luminosa, ora de um desespero sagrado.

  • Técnica monumental: Polifonia complexa, contraponto audacioso, uso inovador do ritmo e da harmonia. Por vezes, exige do intérprete e do ouvinte uma concentração quase religiosa.

🧠 Beethoven sobre ela

Beethoven disse que considerava a Missa Solemnis sua melhor obra. E escreveu no manuscrito: "Do coração – que vá ao coração!" (“Von Herzen – möge es wieder – zu Herzen gehn!”)

🕊️ Um detalhe poético

No Agnus Dei, Beethoven introduz um motivo de “guerra” — com timbales e fanfarras — interrompendo o pedido de paz (Dona nobis pacem). É como se o próprio clamor por paz fosse ameaçado pelas realidades humanas. Essa ambiguidade emociona profundamente.

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