quinta-feira, 10 de junho de 2021

Mahler-Sinfonia nº03 em ré menor

No ano de 1902 Gustav Mahler estreia no Festival de Allgemeiner Deutsche Musikverein na Alemanha a sua 3ª Sinfonia conduzindo ele a orquestra.

A Sinfonia nº 3 em ré menor de Gustav Mahler é uma das obras sinfónicas mais monumentais já compostas — em duração, ambição e profundidade filosófica. Composta entre 1893 e 1896, ela representa uma das fases mais visionárias de Mahler, onde ele tenta, literalmente, "conter o mundo inteiro numa sinfonia", como ele próprio disse.

A sinfonia é dividida em seis movimentos, embora Mahler originalmente planejasse sete. Cada movimento explora um aspecto da natureza ou da existência:

  1. Kräftig. Entschieden ("Vigoroso. Decidido")
    — Representa o despertar da natureza após o inverno. É colossal, com cerca de 30 a 35 minutos, e inicia com uma marcha que evoca algo arcaico e mitológico. Tem tons dionisíacos, quase primitivos.

  2. Tempo di Menuetto
    — Evoca o florescer da natureza, mais leve e gracioso, com forte influência do estilo ländler (dança popular austríaca).

  3. Comodo. Scherzando
    — Representa os animais da floresta, com uso inventivo da orquestra e até de um poste de vaca (cuco). Aqui, Mahler flerta com o humor e a sátira.

  4. Sehr langsam. Misterioso (mezzo-soprano solo, texto de Also sprach Zarathustra, de Nietzsche)
    — Um mergulho filosófico: a voz da humanidade, a consciência reflexiva.

  5. Lustig im Tempo und keck im Ausdruck
    — Coral de vozes femininas e infantis, com texto de Des Knaben Wunderhorn (O Menino Encantado). Representa os anjos e a alegria celestial.

  6. Langsam. Ruhevoll. Empfunden
    — Um dos adagios mais sublimes do repertório sinfônico. Trata-se do amor divino, ou do amor universal. Fecha a sinfonia com profunda espiritualidade e lirismo.

  • A sinfonia pode durar cerca de 1h40 a 1h50 em execução.

  • Mahler chegou a nomear cada movimento com títulos descritivos como “O que me dizem as flores do campo”, “O que me dizem os anjos” etc., mas depois retirou os títulos, achando-os limitadores.

  • É uma sinfonia existencial: Mahler tenta representar o universo, da matéria bruta até o amor divino.

.    

Sem comentários: