sábado, 26 de junho de 2021
26 de Junho
quinta-feira, 24 de junho de 2021
24 de Junho
terça-feira, 15 de junho de 2021
2 de Junho
sexta-feira, 11 de junho de 2021
Richard Strauss-Uma Sinfonia Alpina Op. 64
O programa ilustra uma excursão de um dia subindo os Alpes Bávaros, recordando na magistral orquestração a experiência duma escalada realizada pelo próprio compositor quando ele tinha catorze anos.
Não é uma sinfonia tradicional em quatro movimentos. Em vez disso, trata-se de um único movimento dividido em 22 seções contínuas, cada uma com um título que narra uma jornada pela montanha: desde a partida antes do amanhecer, passando por florestas, pastagens, glaciares, o ápice da subida, a tempestade, e por fim, o retorno ao entardecer.
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É escrita para uma orquestra colossal: inclui órgão, harpa dupla, percussão abundante (incluindo máquina de vento e trovão), instrumentos fora do palco e efeitos sonoros naturalistas.
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Strauss explora todos os recursos da orquestra moderna, com combinações timbrísticas ricas e detalhadas
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Embora seja literalmente uma jornada alpina, a obra também pode ser lida como uma metáfora filosófica para a ascensão, o desafio humano frente à natureza, e até mesmo um comentário sobre o ciclo da vida e da morte.
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Influências de Nietzsche, especialmente do texto “Além do Bem e do Mal” e “Assim Falava Zaratustra”, são sugeridas, embora Strauss não tenha afirmado um programa metafísico explícito.
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Musicalmente, está entre o tardo-romantismo e o modernismo: tonalidade expandida, cromatismo ousado, mas ainda sem abandonar completamente o sistema tonal
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A obra foi composta durante os primeiros anos da Primeira Guerra Mundial, embora não trate diretamente do conflito.
quinta-feira, 10 de junho de 2021
Mahler-Sinfonia nº03 em ré menor
No ano de 1902 Gustav Mahler estreia no Festival de Allgemeiner Deutsche Musikverein na Alemanha a sua 3ª Sinfonia conduzindo ele a orquestra.
A Sinfonia nº 3 em ré menor de Gustav Mahler é uma das obras sinfónicas mais monumentais já compostas — em duração, ambição e profundidade filosófica. Composta entre 1893 e 1896, ela representa uma das fases mais visionárias de Mahler, onde ele tenta, literalmente, "conter o mundo inteiro numa sinfonia", como ele próprio disse.
A sinfonia é dividida em seis movimentos, embora Mahler originalmente planejasse sete. Cada movimento explora um aspecto da natureza ou da existência:
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Kräftig. Entschieden ("Vigoroso. Decidido")
— Representa o despertar da natureza após o inverno. É colossal, com cerca de 30 a 35 minutos, e inicia com uma marcha que evoca algo arcaico e mitológico. Tem tons dionisíacos, quase primitivos. -
Tempo di Menuetto
— Evoca o florescer da natureza, mais leve e gracioso, com forte influência do estilo ländler (dança popular austríaca). -
Comodo. Scherzando
— Representa os animais da floresta, com uso inventivo da orquestra e até de um poste de vaca (cuco). Aqui, Mahler flerta com o humor e a sátira. -
Sehr langsam. Misterioso (mezzo-soprano solo, texto de Also sprach Zarathustra, de Nietzsche)
— Um mergulho filosófico: a voz da humanidade, a consciência reflexiva. -
Lustig im Tempo und keck im Ausdruck
— Coral de vozes femininas e infantis, com texto de Des Knaben Wunderhorn (O Menino Encantado). Representa os anjos e a alegria celestial. -
Langsam. Ruhevoll. Empfunden
— Um dos adagios mais sublimes do repertório sinfônico. Trata-se do amor divino, ou do amor universal. Fecha a sinfonia com profunda espiritualidade e lirismo.
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A sinfonia pode durar cerca de 1h40 a 1h50 em execução.
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Mahler chegou a nomear cada movimento com títulos descritivos como “O que me dizem as flores do campo”, “O que me dizem os anjos” etc., mas depois retirou os títulos, achando-os limitadores.
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É uma sinfonia existencial: Mahler tenta representar o universo, da matéria bruta até o amor divino.