Em 1726 a 8 de Julho, morte em Modena do compositor italiano Antonio Maria Bononcini que nascera na mesma cidade em 18 de Junho de 1677.o irmão mais novo do mais conhecido Giovanni Battista Bononcini .
Aqui trago o seu Stabat Mater
O Stabat Mater em dó menor de Antonio Maria Bononcini (1677–1726) é uma obra-prima do Barroco tardio que merece mais atenção do que frequentemente recebe.Composta por volta de 1710, esta peça sacra destaca-se pela sua expressividade emocional, complexidade contrapontística e pelo uso inovador de recursos orquestrais e vocais
O Stabat Mater de Bononcini é escrito na tonalidade de dó menor, conferindo-lhe uma tonalidade sombria e introspectiva.A obra é composta por 14 seções, alternando entre coros e árias solistas, com destaque para os momentos de grande tensão emocional, como o "Pro peccatis" e o "Fac me tecum flere" . A orquestração é rica e variada, utilizando violinos, baixo contínuo e, em algumas passagens, instrumentos de cordas duplas, criando uma textura sonora densa e expressiva.
O Stabat Mater de Bononcini é uma obra que combina a profundidade emocional da música sacra com a complexidade técnica do Barroco, oferecendo uma experiência auditiva rica e comovente.
Em 1860 nasceu em Kalischt na Boémia o compositor e condutor Gustav Mahler. Viria a morrer em Viena a 18 de Maio de 1911
A Sinfonia nº 5 em Dó sustenido menor de Gustav Mahler é uma das obras mais intensas, complexas e emocionalmente poderosas do repertório sinfônico. Composta entre 1901 e 1902, marca uma viragem no estilo de Mahler — afastando-se das suas primeiras sinfonias, que incluíam vozes, e abraçando um universo puramente orquestral mais dramático, introspectivo e estruturada
Estrutura da Sinfonia
A obra é dividida em cinco movimentos, agrupados em três grandes partes:
Parte I
I. Trauermarsch (Marcha Fúnebre) – um início sombrio e solene, com destaque para o solo de trompete logo de abertura, que se tornou emblemático.
II. Stürmisch bewegt (Tempestuoso) – violento e dramático, como uma luta interior com momentos de fúria e agonia.
Parte II
III. Scherzo – mais extenso, cheio de ironia, dança e ambiguidade. É ao mesmo tempo leve e inquietante, com solos de trompa de grande destaque.
Parte III
IV. Adagietto – o movimento mais famoso, composto apenas para cordas e harpa. É muitas vezes interpretado como uma carta de amor à esposa de Mahler, Alma. Tornou-se célebre também por sua utilização no filme Morte em Veneza (1971), de Visconti.
V. Rondo-Finale – um retorno à luz e à vitalidade, celebrando a vida com energia contrapontística e esperança renovada.
A Quinta é frequentemente vista como uma viagem da escuridão para a luz, da dor à alegria — um pouco à semelhança da 5ª de Beethoven, mas com linguagem musical muito mais moderna e densa.
Sem programa declarado: Ao contrário das sinfonias anteriores, Mahler pediu explicitamente que o público não procurasse um "programa" narrativo na Quinta. Queria que fosse apreciada puramente como música absoluta.
Tensão e lirismo: Alterna passagens de intensidade extrema com momentos de lirismo puro (especialmente no Adagietto).
Modernidade: A orquestração é sofisticada, e a linguagem harmônica e rítmica mostra Mahler a romper com o romantismo tardio e a apontar para o século XX.
Aqui a interpretação da 5º sinfonia sob direcção de Claudio Abbado que estreou no dia 18 de Outbro de 1904