- Em 1813 a 28 de Outubro, Franz Schubert completa a Sinfonia nº1 em ré maior D.82.
Esta sinfonia é uma joia juvenil e, ao mesmo tempo, um prenúncio de toda a sensibilidade melódica e lírica que marcaria o compositor. ,o jovem Schubert ainda estudava no Stadtkonvikt de Viena, sob forte influência de Haydn, Mozart e Beethoven.
Apesar dessa influência evidente, há ali algo já muito schubertiano: uma suavidade de transição entre temas, um sentido cantabile, quase vocal, mesmo nas linhas instrumentais. É música que respira como uma canção — e isso é raro numa sinfonia escrita por um adolescente.
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🎼 I – Adagio – Allegro vivace: abre com uma introdução solene, quase “à Haydn”, mas rapidamente se ilumina num allegro cheio de energia e leveza. O tema principal já traz aquela inquietação lírica que Schubert usaria mais tarde com maturidade.
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🌿 II – Andante: é um dos momentos mais doces da sinfonia, quase um lied sem palavras. Já se nota a busca pela melodia infinita, aquela fluidez que parecerá natural nos seus quartetos e canções.
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💃 III – Menuetto (Allegretto): formalmente clássico, mas com um trio central de encanto pastoral — Schubert aqui mistura a dança vienense com um lirismo inocente.
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⚡ IV – Allegro vivace: de espírito mozartiano, mas com energia quase beethoveniana. Há vitalidade e alegria juvenil, uma espécie de celebração do som.
Em suma, é uma obra de transição entre o Classicismo e o Romantismo nascente, e uma das melhores demonstrações do instinto melódico natural de Schubert. É música de primavera — fresca, clara, mas já com nuvens de melancolia à distância.
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