sábado, 31 de julho de 2010

Liszt-Piano Concerto nº3 em mi bemol maior S125a,


  • Em 1886, a 31 de julho, morre Franz List em Bayreuth com 74 anos nascera em Doborjan em 22 de Outubro de 1811 .
    Aqui apresento o seu Piano Concerto No. 3 em mi bemol maior S125 a foi possivelmente composto em 1839. Diz-se que esta peça foi composta antes de os dois primeiros concertos, mas a data não é conclusiva, pois há informações que não foi concluída até 1847.

    O Concerto para Piano nº 3 em Mi bemol maior, S.125a de Franz Liszt é uma obra incompleta e menos conhecida, muitas vezes ofuscada pelos seus dois concertos mais famosos: o nº1 em Mi bemol maior, S.124, e o nº2 em Lá maior, S.125. O Concerto nº3 é uma peça envolta em mistério, 

    • Composição: Acredita-se que Liszt tenha esboçado esse concerto na década de 1830 ou 1840.

    • Esquecido por décadas: Após sua morte, os manuscritos foram esquecidos e dispersos.

    • Redescoberta: O concerto só foi reconstruído no século XX. Em 1989, o musicólogo Jay Rosenblatt reuniu os fragmentos que estavam em diferentes bibliotecas (incluindo a Biblioteca Nacional da França e a Biblioteca de Weimar).

    • Estreia póstuma: A primeira apresentação pública foi em 1990, com o pianista Janina Fialkowska e a Orquestra Filarmônica de Chicago, regida por Kenneth Jean.

    Estrutura

    O concerto segue, em linhas gerais, o formato tradicional tripartido (3 movimentos), mas com forte unidade temática, algo típico do estilo maduro de Liszt. A duração média é de 18 a 20 minutos.

    1. Allegro maestoso

      • Abertura grandiosa, como no Concerto nº1, com fortes acordes e um tema nobre.

      • Diálogo entre piano e orquestra bastante direto, com transições líricas e passagens virtuosas.

    2. Adagio

      • Movimento lírico e introspectivo, com certo lirismo romântico que antecipa Rachmaninoff.

      • O piano canta mais do que brilha, com harmonia refinada.

    3. Finale – Allegro vivace

      • Um final enérgico, com retomadas dos temas anteriores e muito virtuosismo pianístico.

      • Final triunfante e breve, sem excessos.

    Curiosidades

    • Muitos estudiosos não sabiam da existência desse concerto até o final do século XX.

    • É chamado às vezes de "Concerto Esquecido" ou “Concerto Perdido”.

    • Sua autenticidade já foi questionada, mas hoje é geralmente aceito como uma obra legítima de Liszt, embora inacabada e reconstruída.

    Liszt não fez menção a este concerto terceiro em seus escritos, de modo a existência da obra era desconhecido para os investigadores.

    Este concerto foi estreado por Janina Fialkowska  em 1990 com a Orquestra Sinfónica de Chicago .

    A interpretação é da pianista Stephen Mayer, conduzido por Paul Freeman e acompanhado pela State Symphony Orchestra of Russia


sexta-feira, 30 de julho de 2010

30 de Julho


Viria a falecer a 9 de Março de 2005

Aqui ele conduz a Royal Philharmonic Orchestra interpretando o Violin Concerto de Frederick Delius com Yehudi Menuhin como solista

  • 1ºParte

  • 2ºParte

  • 3ºParte

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Berlioz-Grande sinfonia fúnebre e triunfal op.15


Em 1840 Hector Berlioz estreia em Paris a sua 4ª e última sinfonia a Grande sinfonia fúnebre e triunfal op.15, sob sua direcção que fez com uma espada

A sinfonia foi uma encomenda do governo francês, que queria comemorar o décimo aniversário da Revolução de Julho que trouxe Luís Filipe ao poder
Berlioz tinha pouca simpatia para o regime, mas ele aceitou a oportunidade de escrever a obra que lhe trouxe um pagamento de 10.000 francos. .

Na verdade, acredita-se que grande parte do trabalho baseia-se em material que tinha sido composta muito tempo antes.

Esta estreia aconteceu no 90º aniversário da morte de Bach
  • Destinava-se originalmente a um desfile ao ar livre, acompanhando a trasladação dos restos mortais dos combatentes revolucionários até a Coluna de Julho, na Place de la Bastille.

  • Composta para banda militar (de sopros e percussão) — uma escolha prática e simbólica, alinhada à natureza cívico-militar da cerimônia.


Estrutura da obra

A sinfonia tem três movimentos:

  1. Marche funèbre (Marcha Fúnebre)

    • Tons sombrios e cerimoniais.

    • Reminiscente do estilo fúnebre de um Requiem instrumental.

    • O caráter é grave, com força emocional contida e pompa solene.

  2. Oraison funèbre (Oração Fúnebre)

    • Introduz um solo de trombone (poderoso e declamatório), quase como uma oração lírica.

    • Aqui, Berlioz atinge momentos de grande intensidade dramática, evocando uma espécie de eloquência heroica.

  3. Apothéose (Apoteose)

    • Triunfante e vibrante, celebra o sacrifício dos heróis.

    • Em apresentações de sala de concerto, Berlioz acrescentou cordas (não presentes na versão original de desfile), enriquecendo a textura e o impacto sinfônico.

  • Berlioz era mestre da orquestração, mesmo aqui lidando com os limites de uma banda militar. Ele explora magistralmente os timbres de metais e percussão, criando efeitos dramáticos.

  • A obra equilibra solenidade e exaltação com um sentido cerimonial claro.

  • Não é uma sinfonia "absoluta" no estilo beethoveniano, mas uma música funcional com alto valor artístico, pensada para um evento específico — como também acontece com a Grande Messe des Morts.

  • Curiosidades e recepção

  • Wagner admirava o poder da peça, especialmente o segundo movimento.

  • Liszt transcreveu a obra para piano — o que mostra seu prestígio no século XIX.

  • Hoje é raramente tocada fora de contextos especiais, mas é estudada como exemplo da música de função pública com ambição sinfónica.




terça-feira, 27 de julho de 2010

Vivaldi-Concerto nº 8 para 2 violinos em lá menor op.3


  • Em 1741a 27de Julho, morte em Viena de António Vivaldi que nascera em Veneza em 4 de Março de 1678
    Filho de Camila Calicchio e Giovanni Battista Vivaldi , era o mais velho de sete irmãos. Seu pai, um barbeiro, mas também um talentoso violinista (alguns chegam a considerá-lo como um virtuoso, ajudou-o a iniciar uma carreira no mundo da música, matriculando-o ainda pequeno, na Capela Ducal de São Marcos para aperfeiçoar seus conhecimentos musicais e foi responsável pela sua admissão na orquestra da Basílica de São Marcos , onde se tornou o maior violinista do seu tempo
    Em 1703 Vivaldi tornou-se padre.mas , foi-lhe dada dispensa da celebração da Santa Eucaristia devido à sua saúde fragilizada (aparentemente sofreria de asma , tendo-se voltado para o ensino

    Em 1723 publicou o Opus 8, que contém"As 4 estações ", sua obra mais conhecida.
    Apesar do seu estatuto de sacerdote, é suposto ter tido vários casos amorosos, um dos quais com uma de suas alunas, a cantora Anna Giraud

    Aqui apresento o seu concerto nº 8 para 2 violinos em lá menor op.3, interpretado por Katariina Maria Kits e  Maria Tiimus nos violinos
    São os seguinte os movimentos
  • Para dois violinos, cordas e contínuo

    Movimentos:

    1. Allegro

    2. Larghetto e spiritoso

    3. Allegro

    Características marcantes

    • Diálogo entre os violinos:
      Um dos encantos desse concerto está no entrelaçamento quase teatral entre os dois violinos solistas. Eles "conversam", se imitam, se desafiam, por vezes se harmonizam e por outras disputam protagonismo, sempre com virtuosismo e lirismo típicos de Vivaldi.

    • Expressividade barroca:
      O primeiro e o terceiro movimentos são vivos, cheios de energia e contraste. Já o segundo (Larghetto e spiritoso) é mais contemplativo e delicado, com um lirismo surpreendente para uma peça tão antiga. O uso de pausas, ornamentos e dissonâncias sutis dá ao movimento um caráter emocional profundo.

    • Forma e clareza:
      O uso do ritornello (tema que retorna com variações) mostra a habilidade de Vivaldi em manter estrutura e variedade. A clareza formal torna a obra envolvente mesmo para ouvintes menos experientes.


    Impacto e legado

    Essa peça, como toda a coleção "L'estro Armonico", foi revolucionária em seu tempo. Era moderna, ousada, equilibrada. Johann Sebastian Bach admirava tanto essa coleção que transcreveu este mesmo Concerto nº 8 para órgão (BWV 593), o que mostra o valor que ele via na inventividade de Vivaldi.





segunda-feira, 26 de julho de 2010

26 de Julho


  • Em 1882 Richard Wagner estreia em Bayreuth a sua Ópera Parsival dirigida por Hermann Levi.

    Aqui trago o Preludio pela The Philharmonia,dirigida poir Yuri Simonov


Maria Szymanowska


  • Em 1831 morreu em St-Petersurgo Maria Szymanowska compositora polaca que nascera em Varsóvia a 14 de Dezembro de 1789
    uma dos primeiros profissionais talentosos pianistas do século 19. Ela viajou por toda a Europa , especialmente na década de 1820. Na capital da Rússia imperial, ela compôs para o Tribunal de Justiça, deu concertos, aulas de música
    .Suas composições, principalmente peças para piano, canções e outras obras de pequena câmara, bem como o concerto de piano etudes e noturnos , tipificam o brilhante estilo da época anterior a Chopin

    Aqui apresento duas peças o  Noturno em ré bemol maior 
  • O Noturno em Ré bemol maior de Maria Szymanowska é uma peça particularmente bela e reveladora — tanto do estilo da compositora quanto da transição entre o Classicismo tardio e o Romantismo nascente. Ele antecipa o gênero do noturno romântico, que será mais tarde consagrado por John Field e especialmente Chopin.

    🌌 Ambiência e caráter

    • Atmosfera sonhadora e melancólica, com traços de intimismo lírico e contemplação noturna.

    • Szymanowska, como era comum em seus noturnos, explora uma linha melódica cantabile, que exige sensibilidade para soar quase como uma ária instrumental.

    🎼 Estilo e linguagem

    • Escrita elegante, com acompanhamento em arpejos suaves (mão esquerda) e melodia ornamentada (mão direita), lembrando um pouco os nocturnes de Field.

    • Harmonia funcional, mas com modulações sutis e coloridas — mostra um gosto refinado e já com sugestões pré-românticas.

    • Uso expressivo de rubato implícito: não está escrito, mas a flexibilidade rítmica é essencial para dar vida à peça.

    🎹 Comparações e herança

    • Muito próximo da linguagem inicial de Chopin — em tom, forma e lirismo, este noturno parece um irmão mais velho dos primeiros noturnos op. 9 de Chopin.

    • Também ecoa o estilo de Clementi e Hummel, mas com mais liberdade emocional, algo que a distingue no seu tempo.

    • Pode ser vista como uma das sementes do noturno romântico, sendo uma contribuição pioneira e relevante, sobretudo por vir de uma compositora mulher — algo muito raro em seu tempo.

  • e Le murmure
  • Le murmure de Maria Szymanowska é uma peça breve, delicada e profundamente expressiva — exemplar do estilo pré-romântico que caracteriza parte da obra da compositora polonesa. Szymanowska (1789–1831) foi uma das primeiras mulheres pianistas a ganhar fama internacional, além de ter influenciado diretamente compositores do romantismo, como Chopin, com quem ela compartilha afinidades estéticas claras.


domingo, 25 de julho de 2010

Benedetto Marcelo-Concerto para oboé e cordas


  • Em 1739 a 24 de Julho, morte em Brescia Benedetto Marcelo um ccompositor italiano que nascera em Veneza a 9 de Agosto de 1686

    Aqui apresento interpretado pela 'Orfeo Barockorchester com Michi Gaigg, violon e direcção e Andreas Helm, oboe o seu Concerto para oboé e cordas

  • O Concerto para Oboé e Cordas em ré menor de Benedetto Marcello é uma joia do barroco italiano, e uma das obras mais conhecidas para oboé desse período. Embora muitas vezes atribuída ao seu irmão Alessandro Marcello (por conta de confusões históricas de atribuição), o estilo de Benedetto — mais lírico e voltado à expressão melódica — também pode ser sentido nesta peça, conforme as edições modernas o identificam.

    Características principais

    • Forma: Concerto barroco típico em três movimentos (rápido–lento–rápido).

    • Instrumentação: Oboé solista e cordas com contínuo (geralmente cravo).

    • Estilo: Simples e direto, com linhas melódicas elegantes e ornamentações discretas — ideal para explorar a expressividade do oboé barroco.

    Movimentos 

    1. Andante e spiccato – movimento inicial enérgico, com pulso rítmico claro, destaca a agilidade do oboé.

    2. Adagio – o mais famoso dos três. Introspectivo, melancólico, de grande beleza melódica. É aqui que o oboé "fala" com mais emoção.

    3. Presto – final vivo, em estilo de dança, com frases curtas e saltitantes que testam a articulação do solista.



sexta-feira, 23 de julho de 2010

Richard Wagner-Abertura Fausto


  • Em 1844 Richard Wagner estreia em Dresden a sua Abertura Fausto

escrito em 1840 e reescrito em 1855, foi originalmente concebido como o primeiro movimento de uma sinfonia do drama baseado em Goethe.

Após várias mudanças a abertura foi publicado com seu título actual.

Aqui a interpretação é da Orquesta Sinfónica de Xalapa



quarta-feira, 21 de julho de 2010

21 de Julho


  • Em 1870 morre em Viena Josef Strauss com 42 anos Tinha nascido também em Viena a 22 de Agosto de 1827
    Aqui apresento a sua valsa Andorinhas da Austria op.164 tocado pela Vienna Philharmonic Orchestra,


segunda-feira, 19 de julho de 2010

19 de Julho



  • Em 1924 Anton Webern estreia a sua Seis bagatelas para quarteto de cordas op.9 pelo Amar Quartet em Donauschingen.

    Aqui a interpretação é do Feguš Quartet


domingo, 18 de julho de 2010

Klaus Egge-Piano Concerto No.2 Op.21


  • Em 1906 nasceu em Gransherad o compositor norueguês Klaus Egge que faleceu em Oslo em 1979
Aqui trago a seu 

Piano Concerto No.2, Op.21

  • Composto em 1944, o concerto é subtitulado: "Variações sinfónicas e fuga sobre uma melodia folclórica norueguesa"

  • Estrutura: uma única grande movimentação contendo tema, sete variações, seguida de cadenza e finalizando com uma fuga de caráter concertante

  • O concerto mescla elementos da música folclórica norueguesa com formas clássicas: variações sobre um tema folclórico culminando num movimento fugado, refletindo a vertente sinfónica do título .

  • O estilo é tardiamente romântico, com momentos rapsódicos, virtuosismo pianístico, contraponto sofisticado e forte impacto emocional .

  • O uso de polifonia e ritmo vigoroso destaca-se, enquanto a inspiração folclórica permanece o guia temático principal, mesmo quando Egge gradualmente avançava para técnicas mais atonais em obras posteriores .

sábado, 17 de julho de 2010

Benjamin Dale-Suite para violino e piano em ré menor op.2


  • Em 1883 a 17 de Julho,  nasceu em Londres Benjamin Dale viria a morrer também em Londres em 30 de Julho de 1943
Tiremos o chapéu, meus senhores - um Génio" eram as palavras com que Robert Schumann introduzindo-o a Fréderic Chopin. "Génio" é talvez um pouco forte para descrever Benjamin Dale, mas "um grande talento" é, um termo justificável.
A sua obra principal é a Suite para violino e piano em ré menor op.2

A Suite para violino e piano em ré menor, Op. 2 de Benjamin Dale é uma obra notável, especialmente considerando que foi composta por volta de 1904-1905, quando Dale tinha apenas cerca de 18 anos. É uma peça de juventude, mas já revela uma impressionante

  Estilo e linguagem musical
  • A suíte é um excelente exemplo do tardo-romantismo britânico, com influências claras de Brahms, Franck e até de R. Strauss.

  • A escrita para piano é virtuosística e densa, quase orquestral, algo que lembra o estilo pianístico de Rachmaninov.

  • O violino tem papel igual ao do piano, com um lirismo intenso, dramático e uma escrita técnica exigente.


A suíte é geralmente dividida em três movimentos:

  1. Maestoso - Allegro

    • Um início grandioso, seguido de um movimento enérgico e dramático. Há diálogos intensos entre violino e piano.

  2. Andante

    • Movimento lírico e profundo, talvez o coração emocional da obra. Revela a habilidade de Dale com a melodia e o equilíbrio entre pathos e delicadeza.

  3. Allegro molto

    • Final brilhante e tecnicamente exigente, com passagens rápidas e ritmos incisivos. Um encerramento vibrante que exige grande domínio dos intérpretes.


sexta-feira, 16 de julho de 2010

16 de Julho

  • Em 1876 nasce em Belvidere New Jersey o pinanista e condutor Ernest Henry SCHELLING que virá a morrer em NY a 8 de dezembro de 1939
Aqui pode ouvir-se uma sua interpretação do Piano sonata em ré menor de Liszt
  • 1ªParte


  • 2ºParte


  • 3ºParte


  • 4ºParte

terça-feira, 13 de julho de 2010

Joseph Jongen-Violino Concerto op.17

Em 1953 morte em Sart lez Spa do compositor belga Joseph Jongen, nascera em Liege a 14 de Dezembro de 1873

Aqui se apresenta a seu violino concerto op.17 

O Concerto para Violino e Orquestra, Op. 17, de Joseph Jongen, é uma obra raríssima e pouco executada, composta em 1899, quando o compositor belga tinha apenas 23 anos. Jongen é mais conhecido por sua música de câmara e para órgão, como a famosa Symphonie Concertante, mas este concerto de juventude revela já uma maturidade impressionante.

Aqui estão alguns aspectos relevantes sobre a obra:

Características Musicais

  • Estilo: Romântico tardio, com ecos de Brahms, Franck e Lalo. Ainda que seja belga, Jongen tinha forte influência francesa (ele estudou com Paul Gilson e depois viveu em Paris).

  • Estrutura: Três movimentos (como é habitual nos concertos do período):

    1. Allegro moderato

    2. Andante

    3. Finale (Allegro)

  • Linguagem harmônica: Rica, mas acessível, com passagens líricas e momentos de grande brilho virtuosístico.

  • Tratamento do violino: Melódico e expressivo, mas exigente tecnicamente — mostra bem a habilidade do compositor em equilibrar solista e orquestra.

Contexto Histórico

  • Foi composto antes de Jongen ganhar o prestigioso Prix de Rome (1902), e por isso pode ser visto como um passo importante na consolidação do seu estilo.

  • Ficou bastante tempo esquecido — há poucas gravações disponíveis e pouquíssimas execuções públicas.

  • A obra foi redescoberta por intérpretes interessados em repertório belga e francófono do fim do século XIX.




segunda-feira, 12 de julho de 2010

12 de Julho


  • Em 1861 nasceu em Novgorod Anton Stepanovich Arensky vindo a morrer em Perkijarvi em 25 de Fevereiro de 1906, foi um compositor russo de música clássica e professor de música.
Aqui apresento o seu Piano Trio N º 1 em ré menor, Op.32 que foi dedicado à memória do violoncelista russo Karl Davidoff, diretor do Conservatório de São Petersburgo.
A interpretação é de Anne Akiko Meyers, Bion Tsang e Anton Nel

sábado, 10 de julho de 2010

Domenico Gabrielli-Sonata em sol menor para violoncelo e orgão


  • Em 1690 a 10 de Julho, faleceu em Bolonha Domenico Gabrielli um compositor do barroco italiano
Aqui apresento a sua Sonata em sol menor para violoncelo e orgão

A Sonata em Sol menor para violoncelo e órgão de Domenico Gabrielli é uma joia do barroco italiano — elegante, sóbria e expressiva. Gabrielli (1651–1690), violoncelista virtuoso e compositor da Escola de Bolonha, foi um dos primeiros a escrever música solo significativa para violoncelo, numa época em que o instrumento ainda era mais usado como suporte do contínuo.


Título original (aproximado): Sonata per violoncello e basso continuo in sol minore

Instrumentação original: Violoncelo e baixo contínuo, que pode ser realizado por cravo, órgão ou até teorba e violone — mas hoje é comum usá-la com órgão ou cravo + violoncelo.

Estrutura típica (pode variar conforme a edição)

A sonata segue o padrão da sonata da chiesa (sonata de igreja), comum no barroco italiano:

  1. Grave / Adagio – Introdução lenta e expressiva.

  2. Allegro – Movimento mais ritmado, com imitações e virtuosismo.

  3. Lento – Um momento mais lírico e meditativo.

  4. Allegro / Presto – Final rápido e enérgico, com passagens que exigem destreza técnica.




sexta-feira, 9 de julho de 2010

Ottorino Respigh-Festivais Romanos



Em 1879 nasceu em Bolonha, Ottorino Respighi um compositor italiano que viria a falecer em Roma em 1936 a 18 de Abril


O ano de 2009 comemora o 80 º aniversário da estreia de Festivais Romanos, com Arturo Toscanini conduzindo a New York Philharmonic em 21 de fevereiro de 1929. T"Epiphany"

Feste Romane" (Festivais Romanos) de Ottorino Respighi é a mais grandiosa e explosiva das três obras orquestrais que compõem a célebre trilogia romana do compositor (juntamente com Fontane di Roma e Pini di Roma). Composta em 1928, é uma verdadeira celebração da cor orquestral, da exuberância histórica e do dramatismo italiano.


🎭 Sobre a obra

  • Feste Romane é um poema sinfônico em quatro movimentos, cada um retratando uma cena festiva da Roma antiga ou barroca.

  • Respighi vai ao limite do que uma orquestra pode fazer — é uma das partituras mais difíceis e exigentes do repertório sinfônico moderno.

  • Mais do que descritiva, a peça é cinematográfica, quase operática em intensidade.


📜 Os quatro movimentos (com breves descrições)

  1. Circenses (Os Jogos Circenses)

    • Evoca os gladiadores no Coliseu, com multidões aclamando.

    • Um clima selvagem, brutal, quase pagão.

    • Uso de metais em profusão, percussão implacável, dissonâncias violentas.

  2. Giubileo (Jubileu)

    • Atmosfera contemplativa e religiosa.

    • Um peregrino chega a Roma, ouvimos sinos ao longe, cânticos, e uma sensação de redenção.

    • Belíssimo uso de cordas e harpas, com intervenções de órgão e metais evocando espiritualidade.

  3. L’Ottobrata (Outubro)

    • Um cenário bucólico e pastoral, com caçadas e danças de outono.

    • Tema mais leve e galante, com solos encantadores de clarinete e cordas dançantes.

    • Celebra a beleza do campo romano com vivacidade e elegância.

  4. La Befana (A Epifania)

    • Uma festa popular na Piazza Navona, com frenesi carnavalesco.

    • Mistura de sons grotescos e alegres, como se estivéssemos no meio de uma multidão em êxtase.

    • Respighi cita canções folclóricas italianas e constrói um final avassalador, quase caótico.






quinta-feira, 8 de julho de 2010

Percy Aldridge Grainger-Colonial Song


  • Em 1882 a 8 de Julhom  nasceu em Brighton.Melburn Percy Aldridge Grainger pianista e compositor australiano naturalizado norte-americano.Em 1895, passa a estudar no Conservatório Hoch
  • Em 1901 muda-se para Londres Conhece o compositor norueguês Grieg, de quem torna-se amigo. Em 1914, passa a morar nos Estados Unidos, vindo a adquir a nacionalidade norte-americana em 1918. Na Austrália, criou o Museu Grainger. É autor de cerca de 90 obras para piano,incluindo várias transcrições de música de outros compositores. Grande parte de sua produção existe em versões para orquestra e várias formações instrumentais. A improvisação,a politonalidade e a métrica irregular juntam-se ao humor e jovialidade que, constantemente, Grainger emprega em suas singulares criações.
    Viria a morrer em 1961 em White Plains a 20 Fevereiro

    aqui se apresenta a colonial song, interpretada pela Quad City Wind Ensemble, conduzida por  Brian Hughes.

  • A Colonial Song de Percy Aldridge Grainger é uma peça marcante e comovente, composta em 1911, com uma história e intenção muito pessoal por parte do compositor. Aqui vão algumas observações centrais sobre a obra:

    Contexto e Intenção

    Grainger escreveu Colonial Song com o intuito de criar uma melodia que evocasse sentimentos profundos sobre a terra natal australiana — uma espécie de canção sentimental e nostálgica sem usar melodias folclóricas existentes, algo que o diferencia de outras obras nacionalistas do período.

    Ele desejava, nas suas palavras, “escrever uma música que uma avó australiana pudesse amar”.

    Características Musicais

    • Estilo lírico e sentimental: A melodia principal é suave, expansiva, com harmonia rica e densa, que lembra o estilo romântico tardio.

    • Orquestrações múltiplas: Originalmente escrita para piano, a obra foi depois arranjada para diversas formações, incluindo banda sinfônica, o que ajudou sua popularização.

    • Texturas envolventes: Grainger era fascinado por cores instrumentais, e isso aparece claramente nas versões orquestrais e para banda, com uso detalhado de timbres e efeitos.


    • Inicialmente, Colonial Song foi mal recebida na Inglaterra — considerada sentimental demais e "colonial" em excesso para os padrões europeus.

    • Contudo, nos Estados Unidos, especialmente em arranjos para banda sinfónica, ganhou grande popularidade, tornando-se uma peça de repertório clássico no mundo das bandas escolares e militares.

    Emoção e Expressividade

    É uma música que transborda ternura, saudade e carinho, sem ser excessivamente melosa. Consegue evocar uma sensação de “lar” e “recordação” — até mesmo para quem não é australiano.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Mahler-Sinfonia nº04 em sol maior


  • Em 1860 a 7 de Julho nasce em Kalischt na Boémia Gustav Mahler que virá a morrer em 18 de Maio de 1911

Aqui trago a sua 4ª sinfonia em sol maior a mais doce de Mahler, interpretada pela  Lucerne Festival Orchesta  com Claudio Abbado na condução

A Sinfonia nº 4 em Sol maior de Gustav Mahler, composta entre 1899 e 1900, é talvez a mais acessível, lírica e transparente das suas sinfonias — uma obra de transição entre a leveza do romantismo tardio e a profundidade existencial das suas sinfonias mais densas.

Estrutura e Instrumentação

  • É dividida em quatro movimentos, com duração total de cerca de 55 minutos.

  • A orquestração é mais contida do que o habitual em Mahler, sem trombones ou tuba, o que lhe dá um som mais cintilante e arejado.

  • O último movimento é um lied para soprano, baseado em um poema do ciclo “Des Knaben Wunderhorn” (O cornetim mágico do rapaz).

  1. Bedächtig. Nicht eilen (Comedido, sem pressa)
    Um primeiro movimento leve, quase como uma pastoral, com toques irônicos e espirituosos. O uso do sino de trenó confere um brilho inocente, quase infantil.

  2. In gemächlicher Bewegung. Ohne Hast (Em movimento descontraído. Sem pressa)
    Uma dança macabra peculiar: Mahler imaginou aqui a Morte tocando violino (o que se reflete no uso de um violino afinado um tom acima do normal). Tem um tom misterioso e lúdico.

  3. Ruhevoll (poco adagio)
    O coração da sinfonia: um movimento sublime, calmo, profundamente contemplativo — muitos o veem como uma antevisão do paraíso.

  4. Sehr behaglich (Muito agradável)
    Uma canção doce, quase infantil, com texto que descreve a visão de uma criança sobre o céu. Aqui, Mahler une inocência e ironia, num tom ambíguo entre a simplicidade e a transcendência.


Mahler costumava dizer que "uma sinfonia deve conter o mundo". Mas nesta, ele parece concentrar-se num mundo idealizado, quase celestial — embora com ecos de ambiguidade, já que por trás da ingenuidade há sempre uma sombra filosófica.

A ideia de céu aqui não é gloriosa e triunfante, mas simples, doméstica, quase rústica: o paraíso é feito de comida boa, música, alegria, descanso. E a morte não aparece como terror, mas como uma figura serena.


terça-feira, 6 de julho de 2010

6 de Julho


  • Em 1973 morreu em Zurique Otto Klemper um maestro e compositor alemão , um dos mais importantes do século XX, tinha nascido em Breslau a 14 de Maio de 1885
    Aqui se apresenta a sua Merry waltz pela Stokowski's New Philharmonia

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Joseph Holbrooke-TalsarnauValse de Concert Op.79


Em 1878 a 5 de Julho,  nasceu em Croydon, Joseph Holbrooke compositor maestro e pianista inglês, que viria a morrer em Londres a 5 de Agosto de 1958, foi por vezes referido como "o Wagner cockney
Aqui recordo o seu  Talsarnau" Valse de Concert Op.79

A Valse de Concert, Op. 79 de Joseph Holbrooke é uma obra encantadora, mas pouco conhecida, que mostra a faceta mais lírica e virtuosa deste compositor britânico. Escrita para piano solo, é uma valsa de salão com ambições concertísticas, como o título indica — ou seja, mais elaborada que uma valsa típica de dança.

Aqui vão alguns pontos que a destacam:

Características Musicais

  • Estilo romântico tardio: Rica em harmonia e com momentos de grande lirismo, a peça ecoa influências de compositores como Liszt e Chopin, embora com a assinatura peculiar de Holbrooke.

  • Técnica pianística exigente: Há passagens de brilho virtuosístico, com rápidos arpejos, saltos, trilos e pedais bem trabalhados.

  • Contrastes expressivos: Alterna momentos de delicadeza com outros de exuberância — típico de uma valse de concert, que busca mais expressão do que função dançante.

  • Referência geográfica: O subtítulo “Talsarnau” possivelmente alude à vila galesa de mesmo nome, onde Holbrooke viveu. Isso pode indicar um tom afetivo ou evocativo, talvez uma homenagem à sua terra.

Contexto

  • Holbrooke (1878–1958) é hoje um compositor de nicho, mas no seu tempo foi respeitado por suas obras ambiciosas — incluindo poemas sinfônicos, música de câmara e peças para piano.

  • A Valse de Concert está entre as obras acessíveis ao público, tanto no conteúdo emocional quanto na forma.


domingo, 4 de julho de 2010

4 de Julho



  • Em 1923 Vaughan Williams estreia no Kneller Hall a sua suite English Folk Song Suite para banda militar .
Aqui a interpretação é da ORCHESTRA FILARMONICA DI LUCCA coduzida por ANDREA COLOMBINI 

sábado, 3 de julho de 2010

Phiippe Gaubert-Nocturne et Allegro Scherzando


  • 1879 nasceu em Cahors na França Philippe Gaubert um compositor e flautista e que viria a morrer em Paris a 8 de Julho de 1941 Foi um dos mais proeminentes músicos franceses entre as duas Guerras Mundiais.
    De sua autoria a peça Nocturne et Allegro Scherzando cuja interpretação é de Adriana Ferreira na flauta e de Isolda Crespi Rubio no piano
    Recital realizado no "Institut Franco-Portugais" em Lisboa.

  • A "Nocturne et Allegro Scherzando" de Philippe Gaubert (1879–1941) é uma peça encantadora e exigente do repertório francês para flauta e piano. Composta em 1906, a obra é frequentemente escolhida por flautistas avançados e profissionais, tanto por sua beleza expressiva quanto pelo seu virtuosismo técnico.

    Aqui está uma visão geral das duas partes:

    Nocturne

    • Caráter: Lírico, introspectivo, sonhador.

    • Estilo: Fiel à tradição impressionista francesa (Debussy, Fauré, Ravel), com harmonias suaves e frases longas.

    • Técnica: Requer controle de som e fraseado; uso do vibrato com expressividade refinada.

    • Expressão: É onde a flauta "canta". Ideal para mostrar sensibilidade, legato e nuances dinâmicas.


    🎵 Allegro Scherzando

    • Caráter: Vivo, espirituoso e leve.

    • Estilo: Brinca com o virtuosismo e o ritmo — o scherzando é literal: uma travessura sonora.

    • Técnica: Desafia a articulação rápida, os saltos ágeis, e a clareza em passagens rápidas.

    • Expressão: Requer precisão, leveza e brilho — sem perder o caráter lúdico.


    ✨ Considerações Musicais:

    • É uma peça muito representativa do estilo francês de início do século XX, com foco na beleza tímbrica da flauta, nos contrastes de caráter e na elegância técnica.

    • Embora seja uma peça de recital, também é usada em exames e concursos devido ao seu equilíbrio