- Em 1927 a 1 de Julho, estreou-se no quinto Festival Internacional da International Society for Contemporary Music , em Frankfurt , com Bartók como solista e Wilhelm Furtwängler conductor o seu Piano concerto nº1 em mi menor.
O Concerto para Piano nº 1 em Mi menor, Sz. 83, BB 91, de Béla Bartók, é uma obra intensa, ousada e profundamente rítmica, composta em 1926, um ano que o próprio Bartók chamou de seu “ano pianístico”, quando voltou com força à composição para piano.
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É um concerto percussivo e vigoroso, onde o piano é quase tratado como um instrumento de percussão.
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O estilo é moderno, dissonante e rítmico, com forte influência da música folclórica da Europa Central e do Leste.
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O piano e a orquestra têm uma relação mais de combate do que de colaboração, contrastando com o modelo tradicional romântico de concerto.
O concerto tem três movimentos:
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Allegro moderato – Começa com um ataque quase primitivo, com destaque para o uso de instrumentos de percussão e a escrita percussiva do piano. As ideias musicais são motoras, ritmadas, e com nuances modernas e folclóricas ao mesmo tempo.
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Andante – Atmosférico, com uma orquestração mais rarefeita. Aqui, Bartók introduz uma sonoridade quase mística, com uso criativo das madeiras e percussão. O piano toca motivos fragmentados, distantes, em diálogo com as texturas.
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Allegro molto – Um final em estilo dançante, marcado por ritmos irregulares, mudanças de métrica e energia crescente. Lembra um pouco as danças camponesas húngaras estilizadas.
Orquestração
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Bartók usa um grupo orquestral relativamente pequeno, mas com uso proeminente e criativo da percussão, o que era incomum na época.
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A presença de duas baterias (instrumentos de percussão duplicados) é uma das marcas desse concerto, e reforça a ideia do piano como um instrumento rítmico.
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A estreia foi em Frankfurt, em 1927, com o próprio Bartók como solista.
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O concerto não teve uma recepção calorosa no início — muitos consideraram-no “áspero” e difícil de entender. Só com o tempo ganhou reconhecimento como uma obra-prima do século XX.
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A peça exige virtuosismo técnico e precisão rítmica tanto do pianista quanto da orquestra.
Em resumo
O Concerto nº 1 de Bartók é uma explosão de energia rítmica, com forte senso de modernidade e raízes profundas na tradição folclórica. Não é uma obra “agradável” no sentido romântico, mas sim desafiadora e visceral, feita para quem aprecia a ousadia da linguagem do século XX.
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