sábado, 16 de agosto de 2025

Paganini-Violino concerto nº1 op 06

,,O Concerto para Violino nº 1 , Op. 6, foi composta por Niccolò Paganini na Itália e data de meados da década de 1810. 

Foi estreada em Nápoles em 31 de março de 1819. 


 Composto por volta de 1817–1818, quando Paganini já era famoso como intérprete, o concerto foi escrito para mostrar ao público os limites técnicos extremos que ele dominava — e que muitos outros violinistas não conseguiam sequer executar.

Aqui vão alguns pontos-chave:

  • Estrutura: segue o modelo clássico-romântico de três movimentos:

    1. Allegro maestoso

    2. Adagio espressivo

    3. Rondo: Allegro spirituoso

  • Virtuosismo: O concerto está repleto de técnicas características de Paganini — harmônicos, pizzicati com a mão esquerda, grandes saltos, cordas duplas, passagens em staccato rápido — que transformam a obra quase numa “exibição circense” de habilidades.

  • Orquestração: Paganini escreveu a parte orquestral de modo relativamente simples e claro, justamente para que o violino brilhasse em primeiro plano. Curiosamente, ele chegou a escrever a parte solista em Mi bemol maior, mas indicava que fosse tocada em ré maior com a corda do violino afinada meio tom acima (o chamado scordatura). Assim, o efeito sonoro era mais brilhante e metálico.

  • Caráter: o primeiro movimento tem solenidade e brilho quase “operático”, o segundo é lírico e cantabile (lembrando uma ária italiana), e o terceiro é ágil, cheio de saltos e pirotecnias, quase uma dança endiabrada.

  • Influência: Essa obra contribuiu para consolidar a imagem de Paganini como “o violinista do diabo”, com técnica sobre-humana. Até hoje é um dos concertos mais difíceis do repertório e continua a ser um marco para intérpretes que desejam demonstrar virtuosismo.

Aqui a interpretação é de Maria Dueñas

 

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Jacques Ibert-Flauta concerto

Em 1890 nasceu em Paris o compositor francês Jacques Ibert que viria a morrer também em Paris a 5 de Fevereiro de 1962


Aqui apresenta-se o seu Flauta Concerto interpreatado por Adriana Ferreira 

O Concerto para Flauta e Orquestra de Jacques Ibert (1932–1934) é uma das obras mais icônicas do repertório de flauta do século XX, tanto pela sua exigência técnica quanto pelo seu caráter espirituoso.

Aqui está um panorama:


1. Contexto

  • Foi encomendado pela flautista Marcel Moyse, um dos maiores nomes da flauta na França.

  • Estreou em 1934, em Paris, com Moyse como solista.

  • Reflete o espírito francês da época: leveza, clareza e virtuosismo, herança de Debussy e Ravel, mas com um toque mais irônico e brincalhão característico de Ibert.


2. Estrutura
O concerto tem três movimentos bem contrastantes:

  1. Allegro – Muito brilhante, rítmico, com saltos, escalas rápidas e articulação clara; exige precisão e resistência do flautista.

  2. Andante – Lírico, mais introspectivo; a flauta canta com longas frases e riqueza tímbrica, mas ainda há sutis desafios de controle de afinação e dinâmica.

  3. Allegro Scherzando – Vivíssimo e cheio de humor; combina passagens rápidas, mudanças abruptas de caráter e virtuosismo quase acrobático.


3. Estilo e Características

  • Uso de escalas modais e cromáticas, mas dentro de um vocabulário tonal expandido.

  • Humor musical: mudanças súbitas de andamento, dinâmicas e caráter.

  • Escrita “transparente” da orquestra: a flauta nunca é encoberta, mas precisa brilhar acima da textura.

  • É uma obra que tanto exige técnica apurada (articulação, saltos, registro agudo) quanto expressão refinada.


4. Desafios para o flautista

  • Respiração: frases longas no Andante e passagens contínuas no 1º movimento.

  • Mudança rápida de registros: agudo e grave alternando sem aviso.

  • Clareza de articulação: especialmente no Scherzando.

  • Interpretação: equilibrar o virtuosismo com o charme e o humor francês.

..