Aqui a sua missa nº 2 estreada a 29/09/1869 em Linz
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A Sinfonia nº 1 em dó menor de Anton Bruckner (WAB 101) é uma obra fascinante, muitas vezes ofuscada pelas suas sinfonias mais maduras, mas que já revela muitos dos traços característicos do compositor. Vou partilhar algumas ideias:
✅ Composta em 1866 (com várias revisões depois), é frequentemente chamada por Bruckner de sua "primeira verdadeira sinfonia" — embora já tivesse escrito outras tentativas (como a chamada "Sinfonia de Estudo").
✅ Estilo e influências: ainda que demonstre grande reverência a Beethoven e Schubert, já podemos ouvir o “Bruckner sinfônico” emergindo: os blocos sonoros contrastantes, os crescendos monumentais (Bruckner waves), e os corais de metais solenes.
tem quatro andamentos, seguindo a estrutura clássica das sinfonias românticas. São eles:
Allegro (em dó menor) – forma sonata tradicional, já com o estilo arquitetônico de Bruckner, alternando blocos sonoros poderosos e momentos mais líricos.
Adagio (em mi bemol maior) – movimento lento, sereno e introspectivo, com belas harmonias e uma atmosfera quase religiosa.
Scherzo: Schnell (em sol menor) – um movimento rítmico, vivo e com certo caráter rústico; o Trio contrasta com um clima mais leve e dançante.
Finale: Moderato – Allegro vivace (em dó menor, terminando em dó maior) – começa de forma solene e desenvolve-se num verdadeiro drama musical até a resolução triunfante.
Estrutura: São três movimentos que se encadeiam sem excessiva pompa sinfónica:
Allegro affettuoso – começa com aquele acorde orquestral seguido por um arpejo de piano que, mais do que “brilhar”, dialoga com a orquestra. O tema inicial é íntimo, quase camerístico.
Intermezzo: Andantino grazioso – leve, gracioso, quase uma conversa sussurrada entre piano e madeiras, sem virtuosismo gratuito.
Allegro vivace – luminoso e cheio de energia rítmica, com a escrita pianística a integrar-se organicamente no tecido orquestral.
Estilo:
Não é um concerto “de exibição” como Liszt ou Rachmaninoff fariam depois. O piano e a orquestra são parceiros iguais, trocando frases como num quarteto de cordas ampliado.
A melodia é típica de Schumann: lírica, com oscilações entre introspecção poética e impulsos apaixonados.
Tem aquela harmonia quente e inesperada que parece vir da escrita para piano solo dele, mas aqui vestida com cores orquestrais muito ricas.
A suíte Soldiers' Songs é composta por três movimentos:
Marching Song
Song of the Native Land
Song of Young Cavalrymen