sábado, 11 de outubro de 2014

Bruckner-Missa nº 2

Em 1896 morte em Viena de Anton Bruckner com 72.anos nascera em Ansfelden a 4 Setembro de 1824.

 Aqui a sua missa nº 2  estreada a 29/09/1869 em Linz


Missa em 8 partes, coro misto e instrumentos de sopro (2 oboés , 2 clarinetes , 2 fagotes , 4 trompas , 2 trompetes e três trombones).

Encomendada pelo bispo de Linz, Franz-Josef Rudigier, em 1866, para a celebração da fundação da construção da Capela Votiva de Dom. Devido ao atraso nas obras estreou somente 3 anos mais tarde.

A Missa nº 2 em mi menor, WAB 27, de Anton Bruckner (composta em 1866 e revista em 1882) é uma das obras corais mais marcantes do compositor austríaco, tanto pela ousadia quanto pela espiritualidade. Eis alguns pontos de destaque:

  • Formação inusitada: foi escrita para coro misto a capella com sopros de harmonia (flautas, oboés, clarinetes, fagotes, trompas e trompetes, sem cordas). Esse colorido dá-lhe uma sonoridade muito particular, que mistura transparência e densidade.

  • Origem prática: a obra foi encomendada para a consagração da capela votiva em Linz. Bruckner, organista e profundo devoto, quis respeitar as restrições litúrgicas da época, mas ao mesmo tempo expandiu a dimensão musical.

  • Estilo: ela combina contraponto severo herdado de Palestrina (que Bruckner estudava com devoção) com a harmonia romântica e expansiva típica dele. É austera, mas cheia de misticismo e intensidade.

  • Movimentos: segue o ordinário da missa católica – Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus, Benedictus, Agnus Dei. Cada seção é tratada de modo contrastante, ora em grande complexidade polifônica, ora em momentos de recolhimento quase ascético.

  • Atmosfera: não é uma missa “teatral” como as de Mozart ou Beethoven, mas também não é apenas funcional; ela cria um espaço de contemplação e espiritualidade, que reflete a religiosidade muito pessoal de Bruckner.

  • Receção: durante muito tempo foi considerada uma obra “difícil” para coros, mas hoje é reconhecida como uma das missas corais mais originais do século XIX.

👉 Em suma: a Missa nº 2 é um ponto de equilíbrio entre a tradição polifônica antiga e a visão romântica bruckneriana, onde a fé e a arquitetura sonora se entrelaçam.




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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Francisco Mignone-Sinfonia Tropical

Em 1897a 3 de Setembro nasceu em Sâo Paulo o compositor  Francisco MIGNONE ique viria a morrer no  Rio de Janeiro a 20 Fevereiro de  1986.

Aqui a sua Sinfonia tropical intrepretada pela  Orquestra Sinfônica Brasileira dirigida pelo próprio 

A Sinfonia Tropical de Francisco Mignone é uma das obras sinfônicas mais representativas do período em que ele buscava integrar a linguagem do modernismo musical brasileiro com formas eruditas tradicionais.


  • Composição: Foi escrita em 1940 e estreada no Rio de Janeiro em 1944.

  • Caráter nacionalista: Como o próprio título sugere, Mignone explora cores, ritmos e atmosferas que evocam o clima tropical brasileiro, aproximando a orquestra sinfônica da sonoridade da música popular e folclórica.

  • Ritmos: Há presença de influências do choro, do samba e de outros elementos rítmicos brasileiros, mas reelaborados dentro de uma estética sinfônica.

  • Orquestração: Rica em cores, com destaque para as madeiras e percussões, criando ambientes de calor, vitalidade e, por vezes, sensualidade — um retrato musical da paisagem e da energia tropical.

  • Estrutura: É uma obra em quatro movimentos, seguindo o molde clássico da sinfonia, mas cada parte traz imagens evocativas ligadas ao Brasil.

  • Estilo: Insere-se no período "nacionalista" de Mignone (anos 1930-40), quando ele se dedicava a fundir elementos populares à escrita sinfónica refinada.

Muitos a consideram uma das grandes sinfonias brasileiras do século XX, ao lado das de Cláudio Santoro e Camargo Guarnieri.





Mozart-Piano Concerto nº19 K459

Em 1863 a 2 de Setembro, nasceu em Pest o pianista francês Isidore PHILIPP que viria a morrer em-Paris a 20 Fevereiro de 1958. Ei-lo interpretando o piano concerto nº 19 de Mozart K459

O Concerto para Piano nº 19 em Fá maior, K. 459 de Wolfgang Amadeus Mozart foi concluído em dezembro de 1784. É uma obra que mostra Mozart já no auge da sua maturidade pianística, ao mesmo tempo em que mantém um frescor leve e brilhante típico do seu estilo

Estrutura:

  • O concerto segue o formato clássico em três movimentos:

    1. Allegro – Radiante e elegante, apresenta uma atmosfera leve, quase operística.

    2. Allegretto – Um movimento em compasso ternário, simples e lírico, com charme pastoral.

    3. Allegro assai – Um rondó cheio de vitalidade e humor, considerado um dos finais mais engenhosos de Mozart.

  • Caráter geral:
    Diferente de alguns concertos mais dramáticos (como o nº 20 em ré menor, K. 466), o nº 19 é brilhante, jovial e luminoso, frequentemente descrito como um concerto “feliz”.

  • Aspecto teatral:
    O concerto é muitas vezes apontado como tendo um espírito quase operístico, especialmente no diálogo entre piano e orquestra. O último movimento, em particular, lembra um final de ópera buffa, cheio de energia e leveza.

  • 🎶 Contexto:
    Mozart escreveu esse concerto em Viena, numa fase em que estava intensamente ativo como pianista e compositor. Ele próprio o interpretava em seus concertos públicos.

  • Curiosidade:
    Beethoven conhecia bem este concerto — ele chegou a tocá-lo em Viena antes de se firmar como compositor.

👉 Esse concerto é muitas vezes chamado de “Concerto de coroação” (apesar de essa alcunha estar mais ligada ao nº 26, K. 537), porque também carrega uma nobreza luminosa que o torna especial.



 

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Samuel Coleridge-Petite Suite of Concert

Em 1912 a 1 de Setembro, morreu o compositor inglês Samuel Coleridge-Taylor nascido em Croydon. a 15 de Agosto de 1875. AquiReynard Burns conduz a Island Symphony Orchestra 
A Petite Suite de Concert Op. 77 é um exemplo brilhante do talento de Coleridge-Taylor para criar música orquestral acessível, envolvente e bem orquestrada. Apesar de menos lembrado hoje do que a sua grande cantata Hiawatha’s Wedding Feast, este trabalho mostra sua habilidade comunicativa e melódica de forma compacta e envolvente. Um tesouro da música britânica do início do século XX que merece (re)descoberta.

Estrutura e instrumentação

  • A suíte possui quatro movimentos contrastantes:

    1. Le caprice de Nannette (Dó maior) – uma peça vivaz e brincalhona;

    2. Demande et réponse (Sol maior) – o movimento mais conhecido, de caráter lírico e gracioso;

    3. Un sonnet d’amour (Lá maior) – uma serenata amorosa introspectiva;

    4. La tarantelle frétillante (Dó maior) – um encerramento enérgico e dançante, na forma de tarantella 

      Petite Suite de Concert, Op. 77


      • A obra foi composta por Samuel Coleridge-Taylor por volta de 1910–1911, nos últimos anos de sua vida (ele faleceu em 1912)




quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Berlioz-Les nuits d été-Le spectre de la rose,

Em 1933 a 22 de Agosto  nasceu em Hatfield em Inglaterra  Janet Baker meio-soprano inglesa A sua carreira decorreu entre 1956 e 1982 do ponto de vista operístico  quando cantou  Orfeo e Euridice, em 17 de julho de 1982, em Glyndebourne, continuou contudo a realizar recitais de lieder por mais sete anos, aposentando-se em definitivo em 1989

Ei-la cantando em 1972 de Les nuits d été de Berlioz a segunda canção Le spectre de la rose

Le spectre de la rose” é a segunda canção do ciclo Les Nuits d’été (As Noites de Verão) de Hector Berlioz, composto em 1840 (primeira versão para voz e piano; depois, em 1856, orquestrado pelo próprio Berlioz). O ciclo é formado por seis mélodies (canções francesas eruditas), sobre poemas de Théophile Gautier, poeta romântico.

Contexto geral do ciclo

  • É considerado o primeiro ciclo de canções para voz e orquestra da história, antecessor de obras semelhantes de Mahler e outros.

  • Berlioz tinha grande afinidade com Gautier e sua estética romântica de sonho, nostalgia e sensualidade.

  • O título “Les nuits d’été” sugere um ambiente noturno, sonhador e melancólico, adequado ao romantismo francês.

Sobre “Le spectre de la rose”

  • Poema: Gautier escreveu este texto em que o fantasma de uma rosa fala à jovem que a usou como adorno em um baile.

  • A rosa, mesmo morta, sente-se orgulhosa de ter sido escolhida para dançar no cabelo da jovem e promete que o perfume de sua lembrança continuará a envolvê-la.

  • É um tema tipicamente romântico: a delicadeza da flor, a transitoriedade da beleza, e a fusão de morte e imortalidade pela lembrança amorosa.

Música de Berlioz

  • A atmosfera da canção é etérea, leve e flutuante, evocando tanto a leveza da flor quanto a presença sobrenatural do espectro.

  • O andamento é moderado e a orquestração transparente, com madeiras e cordas suaves criando um ambiente de perfume e sonho.

  • A linha vocal é ampla, lírica, com longas frases que exigem legato perfeito e sensibilidade ao texto.

  • Musicalmente, Berlioz evita dramatismos excessivos e aposta numa escrita etérea e graciosa, mas de grande emoção.

  • É talvez a canção mais famosa do ciclo, frequentemente executada de forma independente.

  • A fusão de poesia romântica e orquestração refinada mostra a genialidade de Berlioz em traduzir imagens poéticas em som.

  • O símbolo da rosa como algo frágil mas eterno pela memória amorosa faz da peça uma meditação sobre beleza, efemeridade e transcendência.


19 de Agosto


1820 FP of SCHUBERT: "Der Zauberharfe" Vienna (1820 - See more at: http://cdexchang.blogspot.pt/2011/08/today-in-classical-music-history-august_17.html#sthash.VesT6MaC.dpuf


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Em 1820 SCHUBERT estreia em Viena  "Der Zauberharfe"Escrita em duas semanas, em 1820, a obra foi estreada em agosto do mesmo ano, sofreu nas mãos de críticos que não acolheram bem esta tentativa do compositor

Aqui Saulius Sondeckis conduz a  Lithuanian State Symphony Orchestra


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Bruckner-Sinfonia nº 1 em dó menor

foi estreada a 9 de Maio em Linz e dedicada por Bruckner à Universidade de Viena a sua  Sinfonia nº1.

A Sinfonia nº 1 em dó menor de Anton Bruckner (WAB 101) é uma obra fascinante, muitas vezes ofuscada pelas suas sinfonias mais maduras, mas que já revela muitos dos traços característicos do compositor. Vou partilhar algumas ideias:

Composta em 1866 (com várias revisões depois), é frequentemente chamada por Bruckner de sua "primeira verdadeira sinfonia" — embora já tivesse escrito outras tentativas (como a chamada "Sinfonia de Estudo").

Estilo e influências: ainda que demonstre grande reverência a Beethoven e Schubert, já podemos ouvir o “Bruckner sinfônico” emergindo: os blocos sonoros contrastantes, os crescendos monumentais (Bruckner waves), e os corais de metais solenes.

tem quatro andamentos, seguindo a estrutura clássica das sinfonias românticas. São eles:

  1. Allegro (em dó menor) – forma sonata tradicional, já com o estilo arquitetônico de Bruckner, alternando blocos sonoros poderosos e momentos mais líricos.

  2. Adagio (em mi bemol maior) – movimento lento, sereno e introspectivo, com belas harmonias e uma atmosfera quase religiosa.

  3. Scherzo: Schnell (em sol menor) – um movimento rítmico, vivo e com certo caráter rústico; o Trio contrasta com um clima mais leve e dançante.

  4. Finale: Moderato – Allegro vivace (em dó menor, terminando em dó maior) – começa de forma solene e desenvolve-se num verdadeiro drama musical até a resolução triunfante.

aqui a interpretação é da Frankfurt Radio Symphony Orchestra dirigida por∙
Paavo Järvi

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Schumann-Piano Concerto Op. 54



 Em 1841 a 13 de Agosto, Robert Schumann  estreia o seu Concert Fantasy for Piano and Orchestra, em Leipzig com a Gewandhaus Orchestra conduzida por Felix Mendelssohn, com Clara Schumann como solista, mais tarde esse concerto foi transformado no 1º movimento do seu Piano Concerto Op. 54. que aqui trago com  Martha Argerich ao Piano e a Gewandhausorchester, conduzida pelo maestro Riccardo Chailly
O Concerto para Piano em Lá menor, Op. 54, de Robert Schumann, é uma obra muito particular dentro do repertório romântico — e, curiosamente, é o único concerto para piano que ele completou.
  • Estrutura: São três movimentos que se encadeiam sem excessiva pompa sinfónica:

    1. Allegro affettuoso – começa com aquele acorde orquestral seguido por um arpejo de piano que, mais do que “brilhar”, dialoga com a orquestra. O tema inicial é íntimo, quase camerístico.

    2. Intermezzo: Andantino grazioso – leve, gracioso, quase uma conversa sussurrada entre piano e madeiras, sem virtuosismo gratuito.

    3. Allegro vivace – luminoso e cheio de energia rítmica, com a escrita pianística a integrar-se organicamente no tecido orquestral.

  • Estilo:

    • Não é um concerto “de exibição” como Liszt ou Rachmaninoff fariam depois. O piano e a orquestra são parceiros iguais, trocando frases como num quarteto de cordas ampliado.

    • A melodia é típica de Schumann: lírica, com oscilações entre introspecção poética e impulsos apaixonados.

    • Tem aquela harmonia quente e inesperada que parece vir da escrita para piano solo dele, mas aqui vestida com cores orquestrais muito ricas.




  • Alexander Mosolov-Soldiers' Songs Suite

    Em 1900 a 12 de Agosto Alexander Musolov nasceu em Kiev, que viria a morrer em Moscovo  a 12 de Julho de 1973 
    Mosolov emerge como uma figura central na música futurista soviética dos anos 1920 — marcada por ritmos mecânicos, dissonâncias marcantes e experimentação sonora. Sua obra mais célebre, The Iron Foundry (Zavod, Op. 19), exemplifica essa estética com sua representação quase cinematográfica de um ambiente fabril

    No entanto, face à pressão ideológica crescente na União Soviética, Mosolov passou a adotar uma linguagem mais tradicional, baseada em melodias simples e elementos folclóricos. 

    Aqui a interpretação do 

    Soldiers' Songs Suite

    A suíte Soldiers' Songs, com o uso de um conjunto de orquestra folclórica e repertório patriótico, representa essa fase de transição — conciliando sua original experimentação com demandas oficiais 

    A suíte Soldiers' Songs é composta por três movimentos:

    1. Marching Song

    2. Song of the Native Land

    3. Song of Young Cavalrymen






    quinta-feira, 9 de janeiro de 2014



    • Em 1972 FP of K. Penderecki's Cello Concerto, at the Edinburgh Festival in Scotland.