sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Karl Amadeus Hartmann-Sinfonia nº2


Em 1950 a 10 de Setembro, Karl Amadeus Hartmann estreia a sua Sinfonia nº2 interpretada pela Southwest German Radio Orchestra, com Hans Rosbaud na condução

Karl Amadeus Hartmann (1905–1963) foi um compositor alemão que se destacou por ser uma voz de resistência ao nazismo. Ele recusou-se a colaborar com o regime e, durante o Terceiro Reich, entrou em uma espécie de “exílio interno”: não teve suas obras executadas oficialmente, mas continuou compondo em silêncio. Depois da guerra, tornou-se uma das figuras centrais da música contemporânea alemã, fundador do festival Musica Viva em Munique.

A Sinfonia nº 2

  • Composição: 1942 (durante a guerra), revisada em 1945–46.

  • Estreia: 1947, em Viena, sob regência de Ferenc Fricsay.

  • Duração: cerca de 15–18 minutos.

  • Instrumentação: Orquestra de cordas.

  • Caráter: É uma sinfonia curta, em um só movimento contínuo, mas estruturada em seções contrastantes.

Estilo e linguagem

  • Escrita apenas para cordas, a obra é densa, expressiva e fortemente marcada pela tensão histórica de sua época.

  • Hartmann mescla elementos neoclássicos, contraponto rigoroso e influências de Mahler, Hindemith e até Bartók.

  • Apesar da concisão, a música transmite uma carga emocional intensa, com passagens líricas e dramáticas que lembram um lamento.

  • O clima é de resistência, dor e esperança, refletindo o espírito de oposição ao nazismo.

Estrutura (visão geral)

Embora não siga a forma tradicional de sinfonia em quatro movimentos, pode-se perceber:

  1. Abertura sombria, quase elegíaca.

  2. Seção central mais rítmica e agitada, com energia e tensão acumulada.

  3. Retorno ao lirismo, com um final mais sereno, que sugere resignação ou esperança contida.

Importância

  • É considerada a obra que lançou Hartmann internacionalmente após a guerra.

  • Marca sua consolidação como sinfonista: ele acabaria escrevendo 8 sinfonias no total.

  • A Sinfonia nº 2 já apresenta aquela dualidade típica dele: um lamento pelo sofrimento humano e, ao mesmo tempo, um gesto de resistência espiritual.


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