segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Vladimir Rebikov-Valse Mélancolique



  • Em 1920 a 4 de Agosto,  morte em Yalta do compositor russo Vladimir Rebikov, nascido em Krasnoyarsk na Sibéria em 31 de Maio de 1866
    Aqui trago a sua composição Valse Mélancoliqu
  • A Valse Mélancolique de Vladimir Rebikov é uma peça breve mas profundamente expressiva, fiel ao título: um verdadeiro lamento em forma de valsa. Rebikov (1866–1920), embora não seja dos compositores mais populares hoje, foi um precursor notável do modernismo russo, experimentando com harmonia, ritmo e atmosfera — algo que essa peça revela com delicadeza.

    Clima e expressão

    • A peça é impregnada de uma melancolia suave, quase sussurrada. Apesar de ser uma valsa, o pulso ternário é mais sugestão do que imposição — como se a dança estivesse exausta de tristeza.

    • Os contrastes dinâmicos são contidos, com uma sensação de recuo emocional, como quem remói lembranças num salão vazio.

    Harmonia e cor

    • Rebikov utiliza harmonias ousadas para a época, com dissonâncias que não se resolvem de forma tradicional, evocando um certo mal-estar emocional — um prenúncio do que Scriabin e até Debussy explorariam mais tarde.

    • Há momentos em que o fraseado se desfaz, como se a música estivesse a hesitar entre recordar e esquecer.

    Interpretação emocional

    • Uma leitura sensível deve priorizar o lirismo e a hesitação melódica. O rubato (variação de tempo expressiva) é essencial: esta não é uma valsa de salão, mas uma valsa interior.

    • A repetição melódica, com leves variações, contribui para uma sensação de círculo — como pensamentos que retornam sempre ao mesmo ponto doloroso.

    • Importância histórica

    • Rebikov foi um experimentador. A Valse Mélancolique, embora breve e aparentemente simples, já esboça elementos impressionistas e expressionistas.

    • A peça pode ser vista como um elo entre Tchaikovsky (na melancolia) e Scriabin (na ousadia harmônica), mesmo que em pequena escala.

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