sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Prokofiev

Sergei Sergeievitch Prokofiev nasceu em Sontsovka (Rússia) a 23 de abril de 1891. Estudou música sob orientação de Rimski-Korsakov e Tcherepnin, tornando-se brilhante pianista e dando provas de notável talento de compositor. Depois da Revolução de 1917 emigrou para o Ocidente, passando a viver em Paris.

Em 1934 voltou para a Rússia, sendo atacado por formalismo burguês. Depois de um período de resistência contra os ataques, retratou-se publicamente. Escreveu obras que agradaram às autoridades, mas também outras, mais independentes.

Em fevereiro de 1948 um decreto do comité central do partido comunista, inspirado pelo comissário do povo Jdanov, tornou impossível a resistência contra a estética oficial. Só em 1956 foi Prokofiev reabilitado. Mas nem todas as suas obras foram reincluídas no repertório oficialmente aprovado. Prokofiev morreu em Moscou a 4 de março de 1953.

Prokofiev é compositor de versatilidade extraordinária, tendo cultivado todos os géneros musicais, rico em invenção melódica e artes de instrumentação. Traço característico de sua música é o humor. Mas há controvérsias quanto à natureza do seu estilo.

A crítica musical russa continua desprezando todas ou quase todas as obras escritas na emigração, como cosmopolitas e oportunistas, ao passo que a crítica dos países ocidentais considera a sua música especificamente russa. Alguns críticos independentes acham, porém, que Prokofiev encontrou esse russianismo só nas obras escritas depois de 1934. Sobre a extraordinária riqueza da sua criação não há mais discussões.

Prokofiev escreveu, antes de emigrar, os Concertos para piano n.º 1 em ré maior e o n.º 2 em sol menor. O Concerto para piano n.º 3 em dó maior só foi terminado na França. De 1917 é o Concerto para violino n.º 1 em ré maior, sendo que o n.º 2 em sol menor, só foi escrito em 1935. Esses concertos são as obras unanimemente reconhecidas do compositor. Também são aceitas por todos duas obras orquestrais, a Suíte cítica (1914), em que o autor se aproxima de Stravinsky, e a Sinfonia clássica, paródia espirituosa do estilo de Haydn.

Mas há muita discussão acerca das sinfonias posteriores: na Rússia, só foram reincluídas no repertório as Sinfonias n.º 3 e n.º 6, ao passo que a crítica ocidental prefere justamente outras, a n.º 5 e n.º 7. Prokofiev também escreveu grande número de sonatas para piano, sendo notáveis a n.º 6, n.º 7, n.º 8 e n.º 9 e a Sonata para violino em fá menor. Entre as melhores obras instrumentais incluem-se os bailados Chut (1920) e Romeu e Julieta (1935).

A composição mais famosa de Prokofiev é a cantata Aleksandr Nevski (1939), da qual também tirou uma suite para orquestra. Em compensação, oscilaram entre sucesso e frieza da crítica e do público as óperas do autor: O amor das três laranjas (1919), com libreto tirado de uma peça de Gozzi, obra encantadoramente feérica; O anjo de fogo (1935), com libreto tirado de um romance de Briussov; Guerra e Paz (1942) com libreto tirado do romance homónimo de Tolstói.

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