segunda-feira, 26 de outubro de 2020
Bruckner-Sinfonia nº 2 em dó menor
domingo, 25 de outubro de 2020
25 de Outubro
quarta-feira, 21 de outubro de 2020
terça-feira, 20 de outubro de 2020
Schubert-Sinfonia nº2 em si bemol maior D.125
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
19 de Outubro
quarta-feira, 14 de outubro de 2020
Alan Hovhaness-Sinfonia n. 3 op 148
1.º movimento – Andante
Este movimento estabelece imediatamente o clima meditativo característico de Hovhaness. A escrita contrapontística lembra o estilo coral renascentista, com linhas melódicas independentes que se entrelaçam de forma serena, quase como um canto espiritual coletivo.
2.º movimento – Allegro
Aqui há um contraste rítmico mais evidente, mas sem abandonar a clareza modal. O movimento utiliza padrões imitativos e ostinati, lembrando danças antigas ou até influências arménias discretas. É frequente que Hovhaness combine texturas quase barrocas com timbres modernos, criando um efeito de solenidade viva, não agressiva.
3.º movimento – Andante espressivo
O último movimento retoma o tom contemplativo inicial, mas com maior profundidade emocional. As linhas melódicas parecem fluir como cantos litúrgicos ou hinos espirituais. A música culmina não num clímax dramático, mas numa espécie de “elevação tranquila”, típica da estética hovhanessiana: em vez de resolver tensões, a música dissolve-se numa quietude luminosa.
Características gerais notáveis
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Uso intensivo de contraponto modal inspirado em Palestrina e na música medieval/renascentista.
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Ausência de conflito dramático: Hovhaness evita dissonâncias fortes e desenvolvimentos sinfónicos no estilo beethoveniano.
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Carácter místico e intemporal, muitas vezes associado a paisagens naturais ou experiências espirituais.
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Orquestração clara e equilibrada, privilegiando cordas e madeiras, com uso muito controlado dos metais.
Contexto estilístico
A 3.ª Sinfonia surge num período em que Hovhaness começa a consolidar o seu estilo pessoal, afastando-se das vanguardas pós-guerra e da tradição sinfónica europeia dramática. Em vez disso, procura uma voz profundamente interior, universal e espiritual, o que fez com que fosse muitas vezes visto como um compositor “à margem” das correntes dominantes.
Em suma, a Sinfonia n.º 3 é uma obra lírica, contemplativa e quase “atemporal”. Não busca o virtuosismo orquestral nem a inovação técnica, mas cria um espaço sonoro de calma e transcendência — um exemplo claro de como Hovhaness conseguiu forjar uma linguagem única no século XX.
terça-feira, 13 de outubro de 2020
13 de Outubro..
Brahms-Piano trio Nº1 em dó maior op.8
Aqui vai uma análise geral
Contexto histórico
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Composição original: 1853–1854, Em 1855 a 13 de Outubro estreou em Dantzig a 1ªversão, quando Brahms tinha cerca de 20 anos.
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Revisão: 1889, já no fim da carreira, quando era um compositor maduro.
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Apesar de manter o mesmo número de opus, a versão revisada é quase uma nova obra — Brahms reescreveu vastas secções, condensou ideias e refinou a forma, mas manteve a exuberância lírica da juventude.
Instrumentação
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Piano
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Violino
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Violoncelo
É uma formação clássica de trio, mas Brahms explora aqui uma densidade orquestral: o piano tem papel sinfónico e os instrumentos de cordas dialogam intensamente, não sendo meros acompanhantes.
Estrutura dos movimentos
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Allegro (Sonata-allegro)
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Abertura expansiva e lírica, com um tema inicial belíssimo apresentado pelo violoncelo.
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Alterna momentos de ternura com passagens de grande energia rítmica.
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A revisão de 1889 trouxe maior coesão formal e clareza contrapontística.
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Scherzo – Allegro molto / Trio
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Ritmicamente incisivo, quase tempestuoso, lembrando o estilo de Schumann.
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O Trio central contrasta com uma melodia serena e lírica antes de o Scherzo voltar com vigor.
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Movimento profundamente contemplativo e íntimo, com atmosfera quase religiosa.
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Os diálogos entre violino e violoncelo são de grande beleza melódica, enquanto o piano sustenta uma textura harmónica densa e expressiva.
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Finale – Allegro
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Inicia com um caráter misterioso e tenso, para depois ganhar energia.
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Combina passagens líricas e dramáticas com um uso magistral do desenvolvimento temático.
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Termina com brilho, reafirmando a tonalidade de dó maior.
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Importância artística
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A versão revisada equilibra juventude e maturidade: mantém a inspiração melódica do jovem Brahms, mas com a solidez formal e contrapontística do mestre tardio.
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É considerada uma das mais perfeitas obras de música de câmara do repertório romântico.
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Clara influência de Beethoven e Schumann, mas já com a voz plenamente brahmsiana — rica, profunda, e arquitetonicamente sólida.
domingo, 11 de outubro de 2020
11 de Novembro
sábado, 10 de outubro de 2020
Beethoven-Violino sonata nº10 em sol op.96
sexta-feira, 9 de outubro de 2020
9 de Outubro
quarta-feira, 7 de outubro de 2020
Chopin-Balada nº1 em sol menor op.23
A obra não segue uma forma clássica rígida (como sonata ou rondó), mas tem uma construção narrativa muito clara — como se contasse uma história musical:
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Introdução lenta (Lento) – Uma abertura em sol menor, de caráter grave e contemplativo, com acordes em estilo quase coral. Cria uma sensação de expectativa, como se um narrador abrisse um conto sombrio.
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Tema principal (Moderato) – Surge com uma melodia delicada e fluida, quase inocente, mas já com uma nostalgia profunda. Esse tema cresce e se desenvolve ao longo da peça com variações e intensificações.
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Tema secundário (Meno mosso) – Aparece mais lírico e cantabile, contrastando com o primeiro. É um momento de beleza mais tranquila, quase sonhadora.
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Desenvolvimento – Chopin alterna e transforma os dois temas, intensificando a tensão com passagens virtuosísticas, mudanças harmônicas ousadas e um crescendo emocional contínuo.
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Coda (Presto con fuoco) – É uma explosão de energia: uma corrida vertiginosa, dramática e heroica, onde o tema principal é reinterpretado com fúria. Termina de forma abrupta e intensa, com acordes fortíssimos em sol menor.Características musicais
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Virtuosismo técnico: exige grande domínio pianístico — arpejos extensos, saltos, escalas rápidas e controle expressivo delicadíssimo.
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Profundidade emocional: alterna entre introspecção, lirismo e tempestade.
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Narrativa aberta: muitos pianistas e ouvintes sentem que a peça conta uma “história sem palavras”, com clímax e desfecho trágico ou grandioso.
Curiosidades
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Foi a peça escolhida por Roman Polanski para uma das cenas mais intensas do filme The Pianist (2002).
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Liszt ficou impressionado com esta balada e chegou a tocá-la em concertos, mesmo sendo escrita para o estilo único de Chopin.
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É frequentemente considerada a mais popular e emocionalmente arrebatadora das quatro baladas.
segunda-feira, 5 de outubro de 2020
Edward Elgar-Marcha Triunfal Caractacus op.35
A 5 de outubro de 1898 no Festival de Leeds estreou-se a Triumphal March Caractacus, Op. 35 de Edward Elgar
A Marcha Triunfal de Caractacus, Op. 35, de Edward Elgar, é o grandioso final da cantata dramática Caractacus (1898).
Essa obra foi escrita para o Festival de Música de Leeds, e marca um momento importante na carreira de Elgar: é uma das peças que o consolidaram como compositor nacional britânico, antes mesmo do sucesso colossal da Marcha Pompa e Circunstância nº 1 (1901).
🌿 Contexto dramático
A cantata Caractacus narra a resistência do chefe britano Caractacus (Carataco) contra a invasão romana, sua captura e subsequente apresentação ao imperador Cláudio em Roma. A Marcha Triunfal surge no final da obra, representando a entrada vitoriosa dos romanos na cidade — cheia de pompa, solenidade e esplendor imperial.
Características musicais
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Escrita para orquestra completa, coro e solistas, a marcha combina:
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Harmonia majestosa, com acordes amplos e brilhantes.
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Temas nobres e expansivos, típicos do estilo britânico de Elgar.
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Ritmo marcado e regular, evocando um cortejo triunfal romano.
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Orquestração rica, com destaque para os metais (trompetes, trombones e trompas), tímpanos e cordas em uníssono.
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Importância
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É vista como precursora direta do estilo que Elgar desenvolveria nas suas marchas Pomp and Circumstance.
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Foi muito bem recebida no Festival de Leeds, ajudando a firmar Elgar como um compositor de “voz inglesa” — algo que ele vinha buscando desde suas obras corais anteriores.
Curiosidade
Nos concertos modernos, a Marcha Triunfal é frequentemente executada isoladamente, como peça orquestral independente, graças ao seu caráter monumental e festivo — semelhante ao destino que tiveram outras marchas sinfônicas de Elgar.