Em 1924 estreou-se em Praga a 10ª Sinfonia de Mahler.
Gustav Mahler escreveu nove sinfonias completas. Esta é a 10ª. Não concluída, apenas esboçada. Durante anos permaneceu a dúvida. Será que alguém se atreveria a preencher os espaços em branco da partitura de Mahler.
Mahler era um homem de paixões. Um ano antes de morrer ficou arrasado quando soube que a mulher, Alma Mahler, tinha tido um caso amoroso com o arquitecto alemão Walter Gropius. Com a partitura da 10ª sinfonia entre mãos, Mahler reflectiu na música o desconcerto mental. A meio do 1º andamento a orquestra parece gritar, num acorde prolongado e dissonante.
Um dos andamentos da sinfonia chama-se Purgatório. A designação escolhida por Mahler refere-se a um poema sobre a Traição, escrito por Siegfried Lipiner, amigo do compositor. A ideia de redenção é transmitida pelo tom optimista da música.
O 4º andamento é uma valsa. Na partitura há uma anotação de Mahler: “é como se o diabo dançasse comigo” .
O esboço do último andamento foi concluído poucos meses antes de Mahler morrer. Nessa altura parecia já reconciliado no casamento. Á margem da pauta o compositor escreveu uma frase dedicada à mulher: “Viver por ti, morrer por ti”.
Nunca saberemos o que seria esta 10ª sinfonia no seu aspecto final, se fosse Mahler a concluí-la. Mas a partir do esboço, é desde logo detectável a marca do compositor.
Esta versão é composta pelos seguintes andamentos
1. Andante - Adagio
2. Scherzo
3. Purgatorio
4. Scherzo. Nicht zu Schnell
5. Finale. Langsam,
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