..O Concerto para Violoncelo n.º 2 em sol maior, Op. 126, de Dmitri Shostakovich, é uma das últimas grandes obras do compositor, escrito em 1966.
Aqui estão alguns pontos-chave:
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Dedicação: Tal como o Concerto n.º 1, foi dedicado ao lendário violoncelista Mstislav Rostropovich, que também o estreou em Moscovo em 25 de setembro de 1966, com Evgeny Svetlanov a dirigir a Orquestra Filarmónica da União Soviética.
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Contexto: Diferente do Concerto n.º 1, que é brilhante, quase virtuosístico e heroico, o Concerto n.º 2 é mais sombrio, introspectivo e com uma linguagem musical mais austera, típica do Shostakovich tardio.
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Estrutura:
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Largo – um início meditativo, com atmosfera melancólica, sem pressa; o violoncelo canta longas linhas líricas.
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Scherzo (Allegretto) – irónico, quase grotesco, baseado numa canção popular de Odessa, trazendo contraste e humor ácido.
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Finale (Allegretto – Allegretto – Adagio) – começa com energia, alterna episódios mais leves e dançantes com momentos sombrios, até terminar de forma surpreendente, num pianíssimo enigmático.
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Caráter: A obra é menos “concerto de bravura” e mais uma meditação dramática, com diálogos íntimos entre solista e orquestra. Rostropovich dizia que este concerto “fala mais da alma do que das mãos”, ou seja, exige mais profundidade expressiva que virtuosismo técnico.
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Importância: É considerado uma das obras-primas do repertório para violoncelo do século XX, embora menos tocado que o Concerto n.º 1. Reflete muito do universo tardio de Shostakovich: ambiguidade entre lirismo e ironia, sombra e resistência.
Às vezes, o concerto é listado como estando na tonalidade de sol, mas a partitura não dá essa indicação. Junto com o Décimo Primeiro Quarteto de Cordas , o Prefácio às Obras Completas e os Sete Romances sobre Textos de Alexander Blok, o Segundo Concerto para Violoncelo assinalou o início do estilo tardio de Shostakovich.
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