quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Brahms-Concerto para violino em ré maior op.77

David Fyodorovich Oistrakh David Fiodorovič Ojstrah; nnasceu em Odessa, 30 de setembro de 1908 - e faleceu em Amesterdão, 24 de outubro de 1974), 

foi um virtuoso violinista russo-ucraniano, um dos mais consagrados no século XX. 

Fez muitas gravações. A ele se dedicaram numerosas obras para violino. Filho de uma cantora de ópera, habituou-se em idade tenra à música. 

Ganhou seu primeiro violino aos 3 anos de idade. 

Ele certa vez declarou que era como um brinquedo, não havia nada mais divertido como sair com seu violino para passear na rua. Inocente criança, sonhava em ser um violinista de rua. 

Aos 5 anos de idade, com insistência, ganhou o primeiro violino de seus pais com intuito sério. Estudou com o renomado mestre musical Piotr Solomonovich Stoliarsky, seu primeiro e único professor. 

Morreu aos 24 de outubro de 1974, em Amsterdã, um dia após uma "corriqueira brilhante" apresentação no Concertgebow como maestro de sinfonias de Brahms. 

No momento da partida teve o conforto dos braços da mulher amada, sua esposa Tamara, que conhecia há 50 anos. 

Deixou também um filho, nascido em 1931, Igor, violinista exímio. 

 aqui toca o Brahms Violin Concerto in D Major, Op. 77 com a Moscow Philharmonic Orchestra, conduzida por Kirill Kondrashin

O Concerto para Violino em Ré maior, Op. 77, de Johannes Brahms, é uma das obras mais monumentais do repertório violinístico, frequentemente considerado, ao lado dos de Beethoven, Mendelssohn e Tchaikovsky, um dos "grandes concertos românticos" para violino. Algumas notas sobre ele:

  • Composição e estreia:
    Foi escrito em 1878, numa fase madura de Brahms. Dedicou-o ao violinista húngaro Joseph Joachim, grande amigo e conselheiro musical, que também colaborou em revisões da parte solista. A estreia ocorreu em Leipzig em 1879, com Joachim como solista e Brahms a reger.

  • Estrutura:
    O concerto tem três movimentos, mas de caráter bastante singular:

    1. Allegro non troppo – imenso, quase sinfônico em dimensão, com grande diálogo entre solista e orquestra. O violino não é mero protagonista, mas parte integrante de uma arquitetura orquestral complexa.

    2. Adagio – momento lírico de rara beleza, em que o oboé abre com um tema que depois é desenvolvido pelo violino solista. Muitos consideram este movimento uma das passagens mais poéticas do romantismo.

    3. Allegro giocoso, ma non troppo vivace – Poco più presto – final com espírito de dança húngara, vibrante e enérgico, refletindo também a influência de Joachim, que era húngaro.

  • Caráter e recepção:
    Na época, alguns violinistas acharam a parte solista "difícil demais" e até "anti-violínistica", porque Brahms escreveu de modo sinfônico, com grande densidade harmônica, exigindo tanto virtuosismo quanto profundidade interpretativa. Hoje, porém, essa abordagem é justamente o que faz dele um pilar do repertório.

  • Interpretação:
    O concerto exige do intérprete não só técnica refinada, mas também maturidade musical e capacidade de diálogo com a orquestra. É uma obra em que o virtuosismo está sempre subordinado à expressão musical.

Muitos críticos dizem que o concerto de Brahms é mais do que uma peça para solista com acompanhamento — é quase uma sinfonia com violino obbligato.

domingo, 27 de setembro de 2020

27 de Setembro

Misha Dichter (nascido em 27 de setembro de 1945) é um pianista americano. 

 Misha Dichter nasceu em Xangai filho de judeus  polacos,  que fugiram durante a Segunda Guerra Mundial. Ele se mudou com sua família para Los Angeles , Califórnia , aos dois anos de idade, e começou a estudar piano aos cinco. 

Ele estudou com Aube Tzerko, aluno de Artur Schnabel , que estabeleceu um regime de prática concentrado e uma abordagem intensiva da análise musical; e composição e análise com Leonard Stein , discípulo de Arnold Schoenberg . 

Ele frequentou a Juilliard School em Nova York e estudou com Rosina Lhévinne . 

 Aqui toca a Sonata No. 7 em B ♭ maior, op. 83 (1942) (ocasionalmente chamada de "Stalingrado") é uma sonata composta para piano solo , a segunda das três "Sonatas de Guerra". A sonata foi executada pela primeira vez em 18 de janeiro de 1943 em Moscovo por Sviatoslav Richter .

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Sibelius-Sinfonia nº3 em dó maior op.52

Em 1907 a 25 de Setenbrio, Jean Sibelius estreia em Helsinquia a 3ª Sinfonia em dó maior op.52, sob condução do autor. 

Aqui a interpretação é da The Philharmonic Orchestra 

Sibelius compôs a terceira das suas sete sinfonias entre 1904 e 1907, e dirigiu a sua primeira apresentação em Helsínquia em Setembro de 1907. 

Este era um período em que o opulento Romantismo tardio de Mahler, Strauss e Scriabin estava no auge. mas, tendo começado a sua carreira sinfónica com duas obras na tradição de Tchaikovski, Sibelius fez uma viragem decisiva afastando-se do Romantismo em direcção a um novo tipo de Classicismo: jogando não com os estilos antigos da Suite Holberg de Grieg ou (na década seguinte) da Sinfonia Clássica de Prokofieff, mas antes algo mais próximo do “jovem classicismo” cultivado pelo seu amigo Busoni, abstracto na concepção, fresco e claro na forma e linguagem.

  • Forma:

    • 1º movimento (Allegro moderato) – luminoso, com uma energia rítmica quase “mecânica”, mas ainda com fluidez melódica.

    • 2º movimento (Andantino con moto, quasi allegretto) – combina lirismo e ironia; é mais uma espécie de variação contínua, em vez de um desenvolvimento tradicional.

    • 3º movimento (Moderato – Allegro ma non tanto) – começa como se fosse um scherzo, mas evolui para uma espécie de finale-fuga, numa síntese magistral de forma e energia, terminando com afirmação clara em dó maior.

  • Orquestração: mais leve, transparente, sem o peso wagneriano que ainda se sentia nas duas primeiras sinfonias. Os naipes dialogam com mais independência e clareza.

  • Estilo:

    • Mais concentrado e econômico em ideias, sem excessos.

    • Sibelius começa a trabalhar com o conceito de “metamorfose de motivos” em vez de desenvolvimento temático tradicional.

    • O resultado é uma obra enigmática, que escapa ao rótulo de romântica, mas ainda não é a severidade da 4ª (1911).

  • Recepção: na época, parte do público ficou desapontada por não ter a grandiosidade da 2ª sinfonia, mas hoje é considerada uma das obras mais equilibradas e originais de Sibelius.

👉 Em resumo: a 3ª sinfonia é uma ponte entre o Sibelius romântico e o Sibelius modernista, um passo em direção à sobriedade e clareza formal, quase uma “anti-sinfonia romântica”, mas ainda com vitalidade e calor humano.

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Dvorak-Missa op 86

Em 1887 a 11 de Setembro estreia a Missa op 86 de A. Dvorák em Luzany,foi encomendado pelo arquiteto e patrono Josef Hlávka por ocasião da inauguração de sua capela do castelo recém-construída 

 Na primeira apresentação sob a direção do compositor na capela do palácio. Zdenka Hlávka, a esposa do cliente, e a esposa de Dvořák, Anna, cantaram as partes solo feminina.

Contexto e Criação

  • Dvořák escreveu a Missa com órgão e quarteto vocal solista (SATB) mais coro misto, sem orquestra, para adequar-se ao espaço modesto da capela.

  • Em 1892, ele fez uma versão orquestral (ampliando-a para uso concertístico), que hoje é a mais executada.

Estrutura

A missa segue o ordinário católico tradicional em seis movimentos:

  1. Kyrie – Calmo e meditativo

  2. Gloria – Vivo, com caráter jubiloso

  3. Credo – Amplo e afirmativo, com seções contrastantes

  4. Sanctus – Solene e luminoso

  5. Benedictus – Lírico, com solos vocais em destaque

  6. Agnus Dei – Suave e comovente, concluindo com serenidade

Estilo e Caráter

  • Dvořák emprega harmonia tonal clara, melodias cantáveis e calor lírico, características marcantes do seu estilo.

  • A escrita coral é sencilla, porém expressiva, sem a grandiosidade sinfônica de missas como a Missa Solemnis de Ludwig van Beethoven ou a Missa in B minor de Johann Sebastian Bach.

  • É muitas vezes descrita como intimista e devocional, refletindo fé pessoal mais que espetáculo litúrgico.

Curiosidades

  • A versão com órgão (1887) é menos conhecida, mas preserva a atmosfera íntima da estreia.

  • A versão orquestral (1892) foi publicada como Op. 86, enquanto a original com órgão não tinha número de opus à época.

  • Embora não tão célebre quanto os grandes oratórios de Dvořák (como o Stabat Mater), a Missa em Ré maior é hoje valorizada por sua beleza singela e espiritualidade sincera.