Ei-la cantando em 1972 de Les nuits d été de Berlioz a segunda canção Le spectre de la rose
Le spectre de la rose” é a segunda canção do ciclo Les Nuits d’été (As Noites de Verão) de Hector Berlioz, composto em 1840 (primeira versão para voz e piano; depois, em 1856, orquestrado pelo próprio Berlioz). O ciclo é formado por seis mélodies (canções francesas eruditas), sobre poemas de Théophile Gautier, poeta romântico.
Contexto geral do ciclo
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É considerado o primeiro ciclo de canções para voz e orquestra da história, antecessor de obras semelhantes de Mahler e outros.
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Berlioz tinha grande afinidade com Gautier e sua estética romântica de sonho, nostalgia e sensualidade.
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O título “Les nuits d’été” sugere um ambiente noturno, sonhador e melancólico, adequado ao romantismo francês.
Sobre “Le spectre de la rose”
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Poema: Gautier escreveu este texto em que o fantasma de uma rosa fala à jovem que a usou como adorno em um baile.
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A rosa, mesmo morta, sente-se orgulhosa de ter sido escolhida para dançar no cabelo da jovem e promete que o perfume de sua lembrança continuará a envolvê-la.
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É um tema tipicamente romântico: a delicadeza da flor, a transitoriedade da beleza, e a fusão de morte e imortalidade pela lembrança amorosa.
Música de Berlioz
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A atmosfera da canção é etérea, leve e flutuante, evocando tanto a leveza da flor quanto a presença sobrenatural do espectro.
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O andamento é moderado e a orquestração transparente, com madeiras e cordas suaves criando um ambiente de perfume e sonho.
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A linha vocal é ampla, lírica, com longas frases que exigem legato perfeito e sensibilidade ao texto.
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Musicalmente, Berlioz evita dramatismos excessivos e aposta numa escrita etérea e graciosa, mas de grande emoção.
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É talvez a canção mais famosa do ciclo, frequentemente executada de forma independente.
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A fusão de poesia romântica e orquestração refinada mostra a genialidade de Berlioz em traduzir imagens poéticas em som.
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O símbolo da rosa como algo frágil mas eterno pela memória amorosa faz da peça uma meditação sobre beleza, efemeridade e transcendência.