segunda-feira, 27 de junho de 2011

Max Bruch-Kol Nidrei

  • Em 1885 nasceu no Porto a violoncelista Guilhermina Suggia, faleceria em 30 de Julho de 1950 vitima de cancro
O pai foi violoncelista no Real Teatro de São Carlos e professor no Conservatório de Música de Lisboa. No seio deste ambiente familiar Guilhermina terá começado a estudar música aos 5 anos, tendo seu pai como primeiro professor. A sua primeira aparição pública verificou-se quando tinha sete anos de idade, em Matosinhos.

Com 15 anos apenas, Guilhermina respondeu a uma interpelação da rainha Dona Amélia sobre qual seria o sonho da sua vida, dizendo que gostaria de aperfeiçoar os seus conhecimentos musicais no estrangeiro.

Uns meses depois a coroa portuguesa concedeu-lhe uma bolsa para estudar no local da sua eleição, o que possibilitou a ida, acompanhada pelo pai, para o conservatório de Leipzig, Alemanha, onde iria aprender com Julius Klengel, violoncelista da famosa Gewandhaus Orquestra


Ouçamos aqui a sua interpretação da Kol Nidrei de Max Bruch

Kol Nidrei", Op. 47, de Max Bruch, é uma das obras mais célebres para violoncelo e orquestra, composta em 1880. Apesar de Bruch ser protestante, ele se inspirou profundamente na música e nas tradições judaicas, e "Kol Nidrei" é um exemplo sublime disso.

  • "Kol Nidrei" é baseado em duas melodias hebraicas. A principal é a prece Kol Nidrei, tradicionalmente cantada no início do Yom Kippur, o Dia do Perdão.

  • A segunda melodia é derivada de um hino hebraico do século XIX, "O Weep for Those That Wept on Babel’s Stream", com texto de Lord Byron.

  • A obra é escrita como um Adagio, com um caráter introspectivo, solene e profundamente lírico.

  • O violoncelo assume o papel de uma voz quase humana, recitando a oração com lirismo e melancolia.

  • É uma obra de profunda espiritualidade, mesmo para ouvintes sem qualquer vínculo religioso. Transmite uma sensação de arrependimento e redenção.

  • A orquestra acompanha com respeito e discrição, sustentando o solista em um pano de fundo etéreo.

  • Apesar do uso explícito de temas judaicos, Bruch não era judeu — o que causou confusão mais tarde, especialmente durante o regime nazi, que proibiu a execução de sua música erroneamente acreditando que ele era judeu.

  • "Kol Nidrei" se tornou uma obra muito querida pelos violoncelistas, ao lado de concertos como os de Dvořák, Elgar e Haydn.


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