Aqui interpreta de Paganini o Violin Concerto No 4
O Concerto para Violino nº 4 em Ré menor, Op. 6 de Niccolò Paganini é uma obra menos conhecida que os seus concertos nº1 e nº2, mas não menos fascinante. Composto por volta de 1829–1830, já numa fase madura da sua carreira, este concerto combina a virtuosidade extrema característica de Paganini com uma musicalidade mais refinada e, em certo sentido, mais sombreada e dramática.
Como seria de esperar de Paganini, o concerto exige um domínio técnico assombroso:
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uso intenso de harmônicos,
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pizzicati da mão esquerda,
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mudanças rápidas de posição,
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saltos amplos,
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passagens em terças, décimas e duplo staccato.
É claramente escrito por um virtuose para si próprio – uma vitrine de gênio violinístico.
Estrutura
O concerto segue a forma tradicional em três movimentos:
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Allegro maestoso – de forte carácter dramático, com um diálogo intenso entre o solista e a orquestra. Começa com uma introdução orquestral poderosa, que abre caminho para uma parte solista cheia de contraste e cor.
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Adagio flebile con sentimento – o movimento lento é lírico, expressivo, quase vocal, com momentos que lembram árias italianas. O título "flebile" (lamentoso) sugere uma melancolia íntima.
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Rondo galante: Andantino gaio – de carácter mais leve e galante, quase dançante, oferece espaço para mais exibições técnicas, mas com espírito mais gracioso e elegante.
Estilo e Emoção
Comparado aos primeiros concertos, o nº 4 tem um tom mais sério e nobre, com maior sofisticação harmónica e orquestração mais rica. Há menos efeito gratuito e mais profundidade emocional – talvez um Paganini mais maduro, mais ciente da expressividade além da técnica.