Em 1879 a 29 de Julho, Antonin Dvorák estreia em Berlim o seu String Quartet nº10 em mi bemol maior Op. 51, interpretado pelo STAMITZ QUARTET. Bohuslav Matousek, violin I. Josef Kekula, violin II. Jan Peruska, viola. Vladimir Leixner, cello.
O Quarteto de Cordas nº 10 em mi bemol maior, op. 51, conhecido como “Eslavo” (Slavonic), de Antonín Dvořák, é uma obra marcante por sua expressividade lírica e pelo colorido folclórico eslavo que permeia os seus movimentos.
Foi composto em 1879, a pedido do violinista Jean Becker, do famoso Florentine Quartet, que solicitou a Dvořák um quarteto com um "caráter eslavo".
O que mais chama atenção nesta obra:
-
Identidade nacional:
Dvořák integra com maestria elementos da música tradicional eslava — danças, modos, ritmos e melodias — sem recorrer diretamente a temas folclóricos. Ele os recria com originalidade dentro da estrutura clássica do quarteto. -
Estrutura dos movimentos:
-
Allegro ma non troppo:
Um movimento inicial fluido e rítmico, com temas cantáveis e um caráter pastoral. O uso de síncopas e escalas modais reforça o espírito eslavo. -
Dumka: Andante con moto:
Um dos pontos altos. A dumka é uma forma típica da música eslava que alterna trechos melancólicos com seções dançantes. Dvořák aqui mostra grande sensibilidade lírica e contrastes emocionais. -
Romanza: Andante con moto:
Este movimento traz uma ternura íntima, quase uma canção de embalar. Há uma beleza serena, com momentos de suave tensão harmônica. -
Finale: Allegro assai:
Uma dança cheia de energia, inspirada em formas como a skočná (dança saltitante tcheca). O movimento é virtuoso, leve, e cheio de vitalidade.
-
O Quarteto Eslavo op. 51 é uma das obras-primas do repertório de câmara do século XIX. Une técnica refinada, melodias inesquecíveis e uma profunda ligação à terra natal do compositor. É um exemplo brilhante de como Dvořák conseguiu fundir a tradição clássica vienense com a alma do povo eslavo..