Composto por volta de 1817–1818, quando Paganini já era famoso como intérprete, o concerto foi escrito para mostrar ao público os limites técnicos extremos que ele dominava — e que muitos outros violinistas não conseguiam sequer executar.
Aqui vão alguns pontos-chave:
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Estrutura: segue o modelo clássico-romântico de três movimentos:
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Allegro maestoso
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Adagio espressivo
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Rondo: Allegro spirituoso
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Virtuosismo: O concerto está repleto de técnicas características de Paganini — harmônicos, pizzicati com a mão esquerda, grandes saltos, cordas duplas, passagens em staccato rápido — que transformam a obra quase numa “exibição circense” de habilidades.
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Orquestração: Paganini escreveu a parte orquestral de modo relativamente simples e claro, justamente para que o violino brilhasse em primeiro plano. Curiosamente, ele chegou a escrever a parte solista em Mi bemol maior, mas indicava que fosse tocada em ré maior com a corda do violino afinada meio tom acima (o chamado scordatura). Assim, o efeito sonoro era mais brilhante e metálico.
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Caráter: o primeiro movimento tem solenidade e brilho quase “operático”, o segundo é lírico e cantabile (lembrando uma ária italiana), e o terceiro é ágil, cheio de saltos e pirotecnias, quase uma dança endiabrada.
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Influência: Essa obra contribuiu para consolidar a imagem de Paganini como “o violinista do diabo”, com técnica sobre-humana. Até hoje é um dos concertos mais difíceis do repertório e continua a ser um marco para intérpretes que desejam demonstrar virtuosismo.