A partir da Quinta Sinfonia, Mahler toma temporariamente outra direção musical renunciando não apenas à voz humana mas também aos programas destinados a facilitar a compreensão das suas obras.
A "sexta" é a única entre as sinfonias de Mahler que termina de forma inequivocamente trágica. Mahler foi um compositor com claras conotações "trágicas", mas o facto é que a maior parte das suas sinfonias termina de forma triunfante (n.º 1, 2, 3, 5, 7 e 8), enquanto outras terminam com um clima de alegria (n.º 4), tranquila resignação (n.º 9) ou calma radiante (n.º 10).
A conclusão trágica, até niilista da n.º 6 é considerada como particularmente inesperada, já que a obra foi composta numa etapa especialmente feliz da vida de Mahler: tinha casado com Alma Schindler em 1902, e durante o decurso da composição nasceu Anna, a sua segunda filha.
Talvez devido à complexidade ou ao carácter especialmente severo, de rutura e pessimista, a sexta não figura entre as sinfonias mais populares de Mahler para o público em geral.
É, no entanto, reconhecida por muitos como uma das suas melhores obras, e é considerada como uma sinfonia que exige um grande estudo por parte dos maestros e das orquestras. Alban Berg e Anton Webern elogiaram-na depois da primeira audição, e para Berg era "a única sexta, apesar da Pastoral", enquanto que Webern a dirigiu várias vezes.
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